De acordo com a notícia avançada pelo Wall Street Journal, os funcionários da Huawei ajudaram as autoridades de Uganda a intercetar mensagens criptografadas e permitiram que a polícia em Zâmbia localizasse bloggers da oposição.
Numa declaração a que o jornal teve acesso, um porta-voz afirmou que a empresa “rejeita completamente essas alegações infundadas e imprecisas”. “A nossa investigação interna mostra claramente que a Huawei e os seus funcionários não participaram de nenhuma das atividades alegadas”, acrescenta.
As alegações podem agora confirmar as preocupações da administração de Trump sobre o uso da tecnologia Huawei nos EUA, mas a Huawei disse ao jornal que "nunca esteve envolvida em atividades de hackers”.
No Uganda, os engenheiros da Huawei usaram spywares desenvolvidos em Israel para “invadir” um grupo de conversas no WhatsApp com Bobi Wine, músico e líder do movimento de oposição contra o presidente Yoweri Museveni. As autoridades terão alegadamente usados essas mensagens para impossibilitar planos de comícios de ruas, prendendo Wine e vários apoiantes em abril deste ano.
Na Zâmbia, os técnicos da empresa terão ajudado o governo a aceder aos telemóveis e às páginas de Facebook de bloggers da oposição por trás de um site de notícias pró-oposição que criticava o presidente Edgar Lungu. Os funcionários da Huawei localizaram os opositores e entraram em contato com as unidades policiais instaladas para que fossem presos.
Entretanto, porta-vozes dos governos de Uganda e Zâmbia confirmaram ao jornal que estão a trabalhar com técnicos da Huawei.
Mas o governo da Zâmbia, liderado pela Frente Patriótica, já veio esclarecer que os técnicos da fabricante chinesa estavam a ajudar a combater os sites de notícias da oposição."Sempre que queremos rastrear autores de notícias falsas pedimos apoio à Zicta”, uma agência que trabalha com a Huawei, de forma a garantir que o espaço de telecomunicações não é utilizado para espalhar notícias falsas.
A investigação não encontrou evidências de que os colaboradores da Huawei na China conhecessem ou aprovassem a atividade descrita no Uganda e na Zâmbia, e não descobriu que qualquer espeto da rede da Huawei em particular tornasse a espionagem possível.
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