Nada se perde, tudo se transforma, diz o ditado popular e pode ser aplicado na forma como um grupo de investigadores abordou o tratamento a tumores. Um sistema de inteligência artificial e machine learning, utilizado como ferramenta de análise de imagens e mapeamento de crateras e dunas da superfície de Marte, desenvolvido na Universidade de Manchester, foi adaptado para ajudar cientistas do Centro de Pesquisa de Cancro de Manchester a medir os resultados e efeitos dos tratamentos a tumores.

Um estudo conduzido pelos investigadores revelou uma precisão dos resultados bem mais satisfatória que os métodos convencionais. No formato habitual, os cientistas necessitam de várias amostras dos tumores para entenderem a sua evolução, tornando difícil conhecer os efeitos dos tratamentos nos pacientes para a introdução de medicamentes personalizados.

Através da inteligência artificial do sistema adaptado é possível ter a mesma qualidade de informação em apenas uma amostra, o equivalente a 16 através do modo convencional. Anteriormente, para obter resultados convincentes, seria necessário usar amostras obtidas em ratos, já que os tumores nunca são uniformes e as suas composições podem mudar em diferentes velocidades.

Segundo os investigadores, através desta nova técnica é possível identificar rapidamente os medicamentos a utilizar no tratamento específico dos tumores dos pacientes, além de reduzir drasticamente a quantidade de ratos nos laboratórios. Com menos amostras, muitas vezes são difíceis de obter, os cientistas reduzem também os custos envolvidos nas investigações do cancro.