Combater a discriminação sexual através da criação de vírus informáticos pode não fazer muito sentido, mas foi o que fez um hacker que afirma ser uma rapariga com apenas 17 anos e que pretende afirmar-se contra o sexismo. O novo vírus Sharpei, como é conhecido, tem como alvo a tecnologia de serviços Web Microsoft .NET e é, de acordo com informações veiculadas pela agência de notícias Reuters, o primeiro escrito na linguagem de programação C-sharp que corre na plataforma .NET.
Este vírus foi concebido para se espalhar através do Outlook e chega até às caixas de correio electrónico com o seguinte tema de assunto: "Important: Windows update" afirmando tratar-se de uma actualização que irá melhorar o desempenho do seu equipamento em 50 por cento. Depois procura a tecnologia .NET e se a encontrar infecta alguns ficheiros executáveis em determinadas directoria dos Windows. O attach faz com que o Sharpei seja enviado a todas as moradas da sua lista do Outlook, mostrando no fim uma mensagem a adverti-lo que o seu computador foi infectado.
Perante isto a Microsoft já fez saber que não é sua prática distribuir actualizações por email, para além de que o Outlook 2002 e outros sistemas que tenham o Microsoft's Security Update não correm perigo.
A percepção de que existia um novo vírus surgiu quando a "autora", sob a alcunha de Gigabyte, decidiu enviar uma mensagem de correio electrónico com uma amostra para a empresa de anti-vírus Sophos, afirmando que tinha sido inspirada pelo sexismo dominante na indústria de anti-vírus, maioritariamente constituída por homens.
A escolha da linguagem C-sharp foi justificada devido ao facto de ser novidade, referindo ainda que a sua intenção não era propagar o vírus, mas sim vencer um desafio intelectual, provar que era possível e aborrecer a Microsoft. Até agora o Sharpei – com a capacidade de se auto propagar – não se espalhou e as probabilidades de isso vir a acontecer neste momento são já poucas.
Segundo a empresa visada, o novo vírus Sharpei foi escrito, parcialmente, em Visual Basic. A .NET está desenvolvida de modo a permitir aos fabricante a criação de programas que possibilitem aos utilizadores o acesso a programas online através de qualquer dispositivo.
Este é o segundo vírus que tem como alvo a tecnologia .NET, recordamos que já em Janeiro deste ano vieram a público notícias sobre a criação de um vírus informático para atacar os ficheiros executáveis .NET, tendo a Microsoft decidido na altura colocado um carta aberta online com um desmentido e referindo que o vírus W32/Donut não teria hipóteses reais de se propagar, mas que a empresa iria investir mais no factor segurança, fulcral para o sucesso da estratégia centrada na Internet assumida pela Microsoft.
Entretanto a Sophos anunciou que tanto ela como outros fabricante de anti-vírus estão a disponibilizar actualizações dos seus programas para remover este vírus.
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