
Nos próximos cinco anos vamos evoluir para um mundo pós-aplicações, com agentes inteligentes a assegurarem interfaces e ações dinâmicas e contextuais, que vão tomar conta de ações rotineiras e deixar para as pessoas as tarefas que só estas podem fazer. A tendência é uma das 10 eleitas pela Gartner para 2016.
Os agentes autónomos vão demorar muito mais do que 12 meses a invadir o mercado e a tomar o lugar das interfaces que hoje mais usamos – é um caminho que continuaremos a fazer nas próximas duas décadas, defende a consultora - mas os primeiros passos já foram dados e a transformação está em marcha.
Cabe aos líderes tecnológicos tirarem partido da tecnologia para criar soluções que nos ajudem a ganhar tempo e a usar melhor o tempo que teremos a mais, sublinha a Gartner.
As tecnologias de machine learning são a matéria-prima desta transformação, que se materializa em dispositivos físicos como robots, mas também no mundo virtual, alimentando software cada vez mais inteligente. Os assistentes virtuais que hoje usamos sobretudo nos telemóveis são percursores destes agentes autónomos que as tecnologias avançadas de machine learning - cada vez mais apuradas na capacidade de aprender e evoluir com o que as rodeia - vão ajudar a criar, refere a mesma análise.
Google Now, Siri da Apple ou Cortana da Microsoft são os exemplos mais mediáticos, mas são também as ferramentas que chegaram mais longe, em maturidade e número de utilizadores.
“Estas tendências da Gartner para 2016 fazem todo o sentido, em particular nas regiões e países para os quais as línguas nativas estejam suportadas nas respetivas tecnologias”, concorda Miguel Sales Dias, responsável pelo centro de linguagem natural da Microsoft na Europa, que está localizado em Lisboa, por onde passa boa parte do desenvolvimento internacional da Cortana.
“É um facto conhecido já evidenciado em diversos estudos científicos internacionais, que a fala é o meio de comunicação que os utilizadores selecionam em primeiro lugar para interagir com os dispositivos, quando comparada com outras modalidades, como por exemplo o uso do toque”, defende o responsável.
Para as empresas que trabalham neste tipo de soluções Miguel Sales Dias acredita que os grandes desafios passam por garantir o reconhecimento e síntese de fala no maior número possível de línguas, componentes que permitem os níveis de interação mais simples com este tipo de software. Mas sobretudo pela “recolha de dados anotados em bases e redes de conhecimento”, a terceira componente chave destes produtos.
São estes dados que “permitem o treino de modelos de compreensão do domínio do discurso e, para cada domínio da identificação da respetiva intenção, de forma a que a tecnologia possa ajudar com sucesso nas tarefas de dia-a-dia dos consumidores, ou nos processos de negócio das aplicações empresariais”, explica Miguel Sales Dias.
O responsável antecipa aliás que o domínio empresarial será uma das próximas áreas de expansão dos assistentes inteligentes e exemplifica com a estratégia da própria Microsoft que já fez a integração da tecnologia com o OneDrive ou com o Power Business Intelligence.
A integração dos assistentes pessoais inteligentes e da interação por voz em produtos direcionados aos mais diversos segmentos de mercado já marcou os últimos dois anos. Em 2015 a Siri chegou à Apple TV, a Cortana chegou ao iOS e ao Android e está a caminho da Xbox. Um ano antes o Google Now chegou ao Android Wear e aos wearables. A tendência é para continuar.
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