A Canonical apresentou ontem a sua proposta alternativa a sistemas operativos móveis como o Android da Google ou o iOS da Apple. O novo Ubuntu para telemóveis ainda não está disponível. Vai ser mostrado na CES em, Las Vegas, e no Mobile World Congress, em Barcelona, mas aos primeiros telemóveis comerciais só deverá chegar mais para o final do ano, de acordo com os dados disponibilizados pela Canonical, que desenvolveu a plataforma.



O conceito na base do sistema operativo é idêntico ao que a Microsoft apregoa com o seu novo Windows 8, propondo um mesmo ambiente e uma mesma experiência de utilização para diversas plataformas, embora com diferenças na forma como é operacionalizado o conceito.
A Canonical garante que vinha trabalhando na ideia há vários anos e as alterações constantes das últimas atualizações do versão para desktop do sistema operativo, como tudo o que se refere à interface Unity, são disso exemplo.



As intervenções anteriores do CEO da Canonical e os planos ambiciosos da empresa também deixavam antecipar que nos bastidores a software house preparava uma estratégia mais abrangente que agora se concretiza e, garante a Canonical, já tem apoio de fabricantes que pretendem usar o novo sistema operativo nos seus produtos.

[caption]Ubuntu para telemóveis[/caption]

Note-se que o acesso ao sistema operativo Ubuntu no telemóvel não é uma estreia absoluta, uma vez que já existia uma versão da plataforma para Android e vários desenvolvimentos em torno do conceito, uns com mais sucesso que outros. Aqui, no entanto, o objetivo é diferente e o novo Ubuntu para telemóveis pretende não apenas potenciar a utilização do Android, mas funcionar como mais alternativa no mercado.



Numa apresentação virtual, disponibilizada ontem no site, Mark Shuttleworth, CEO da empresa (veja vídeo abaixo a partir do minuto cinco), explica que com o novo lançamento a Canonical passou a tornar possível fazer correr o Ubuntu tanto num telemóvel de baixo custo, como num supercomputador, unificando a experiência do utilizador a um mesmo ambiente, otimizado em função do ecrã em questão.

Sublinha-se, no entanto, que embora o novo Ubuntu possa correr em telemóveis de gama baixa (não recorre a uma máquina virtual java, correndo todas as aplicações nas suas velocidades nativas e com baixo impacto ao nível da memória, comparativamente a outros SO), só nos equipamentos de gama mais elevada e com características de hardware mais exigentes, será possível assegurar a convergência com o ambiente desktop.

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Em termos de design, o novo Ubuntu, tal como o Android baseado no kernel Linux, para telemóveis é sóbrio e intuitivo, pelo que é possível perceber da apresentação e das imagens disponibilizadas no site da Canonical. Na vertical, à esquerda, arrumam-se as aplicações mais usadas, no topo do lado esquerdo, na horizontal, é possível ter acesso direto a um conjunto de funcionalidades relacionadas com a rede, bateria, som, mensagens e outras.



Deslizar com o dedo para a direita ou esquerda dará acesso à maioria dos conteúdos a que não foi possível aceder através deste dois menus. Por exemplo, uma passagem com o dedo no ecrã da esquerda para a direita mostra todas as aplicações abertas, enquanto um toque no sentido contrário traz o utilizador de volta à última aplicação que usou.



A pesquisa, uma das áreas alvo de melhoria nas últimas versões da linha desktop do Ubuntu, é também uma das características em destaque na release para telemóvel. Mais uma vez a lógica do serviço é simplificar a vida ao utilizador, que só tem de escrever o que quer na caixa de pesquisa.

[caption]Ubuntu para telemóveis[/caption]

Se for um nome na sua agenda de contactos a pesquisa será direcionada para aí e para as redes sociais, por exemplo, se for um titulo de um livro, a pesquisa sairá deste âmbito para abranger também lojas e informação de background.

A fabricante posiciona ainda a tecnologia para dois mercados completamente distintos: telemóveis topo de gama e equipamentos de gama de entrada. A primeira, porque a lógica de integração de ambientes (móveis, desktop, thin) é interessante para equipamentos e utilizadores que tiram o máximo partido dos equipamentos.

A segunda, os equipamentos de entrada de gama, porque reúne uma oferta de conteúdos e serviços que pode funcionar como um incentivo para novas experiências junto dos utilizadores que normalmente se limitam a fazer chamadas e enviar mensagens, defende a empresa.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira