Desde terça-feira, a Ucrânia lançou centenas de drones explosivos contra a Rússia naquele que é o maior ataque desde o início da guerra. O ministério da Defesa russo reportou que 485 drones foram abatidos, 63 deles a voar na região de Moscovo, reporta o The New York Times. No total, 10 regiões russas estiveram sob ataque durante cerca de 36 horas.

A Lusa avança que o tráfego aéreo em torno de Moscovo foi suspenso nesta quinta-feira devido aos ataques de drones. Segundo nota da agência, citando a Defesa russa, foram intercetados e destruídos 105 drones ucranianos. As quedas dos destroços obrigaram a ativar os serviços de resgate, que estão a trabalhar no local.

Do outro lado da barricada, a Força Aérea ucraniana também reportou que a Rússia lançou 128 drones durante a noite, sendo que 112 foram abatidos, intercetados por meios eletrónicos ou extraviados. Foram atingidos e danificados edifícios residenciais nas regiões de Dnipro e Kharkiv. Foram registados destroços de drones intercetados caídos numa escola.

Apesar de ambos os países utilizarem drones quase diariamente desde o início da guerra, muito raramente os aparelhos tinham atingido Moscovo. As autoridades suspenderam vários voos em diferentes aeroportos da capital russa, incluindo o principal de Sheremetyevo, Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky.

O The New York Times diz que o ataque na Rússia aconteceu dias depois do telefonema entre Putin e Trump não ter surtido avanços na negociação do acordo de paz.

O The Washington Post destaca a forma como a Ucrânia constrói os seus drones, utilizando tecnologia pioneira de fibra ótica, que já era utilizado pela Rússia. Estes novos drones, que surgem no campo de batalha, não necessitam de sinais de rádio para serem controlados. Estes usam pequenos cabos óticos finos, ligados ao operador, que não podem ser intercetados pelos habituais sistemas de interferência.

Veja na galeria imagens da Ucrânia a fabricar drones de fibra ótica:

Apesar de perderem as suas capacidades wireless e o risco de se embaraçarem, estes drones são apontados como mais letais. Ou seja, estes têm mais limites na distância, mas transmitem a informação de forma mais secura e têm maior capacidade de apontar os alvos. Dos 500 fabricantes de drones da Ucrânia, pelo menos 15 estão a fabricar a variante com fibras óticas.

Este tipo de aparelhos é também apontado como podendo ser utilizado em qualquer condição meteorológica e em todos os terrenos, incluindo áreas urbanas.