Olhando para o envelhecimento da população, investigadores da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) reconhece o potencial de criar soluções robóticas para cuidar dos idosos. As previsões apontam para que em 2050, metade da população em Portugal terá uma idade superior a 65 anos. Nesse sentido, os serviços de bem-estar e cuidadores não vão dar conta do recado, sendo preciso introduzir “mão-de-obra robótica”.

Segundo adianta a TSF, a ideia é desenvolver sistemas robóticos que possam ajudar em algumas tarefas, com o objetivo de aliviar o esforço na prestação de cuidados de saúde aos idosos. E os primeiros robots já circulam num lar de idosos em Vila Real. Tratam-se de dois robots de telepresença, que visam facilitar a comunicação entre os pacientes idosos e a respetiva família. O ecrã colocado no robot funciona como um serviço de Face cam, em que os idosos conseguem ver os familiares e vice-versa, bastando uma aplicação no smartphone.

tek robot utad
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O interessante é que o familiar em questão, ligado ao robot, pode controlá-lo à distância, pelos corredores e salas do lar, para procurar a pessoa que pretende comunicar. Os investigadores afirmam que inicialmente a presença da “pessoa de lata” era vista com desconfiança, pela falta de contacto com a tecnologia dos idosos, mas com o tempo há uma habituação. Os técnicos afirmam que o robot não substitui a visita dos familiares, mas ajuda na aproximação.

A experiência vai decorrer durante mais dois meses, depois seguem-se entrevistas com quem utilizou os robots para recolher feedback e melhorar a experiência. A UTAD espera em breve testar um novo protótipo capaz de ajudar os idosos a tomarem medicamentos, aspeto que é apontado como uma das maiores dificuldades da população envelhecida, ora porque se esquecem ou porque trocam os remédios. O sistema vai permitir identificar o idoso através de reconhecimento facial e associar às embalagens de medicamentos que a pessoa toma. Na hora designada o robot vai buscar o remédio e entrega-o ao idoso. Os investigadores estão a refinar a tecnologia para que o robot não se engane a entregar os remédios, por exemplo.