O crescimento do número de utilizadores em sistemas operativos alternativos ao Windows, no PC e no telemóvel, está a descentralizar os ataques informáticos e a fazer com que deixem de estar tão concentrados no universo Windows. A conclusão é do relatório mensal de segurança da Symantec, relativo ao mês de maio.



De acordo com o documento, a concentração dos ataques informáticos em sistemas Windows ao longo de vários anos deveu-se essencialmente ao facto de serem simples de explorar; estarem em todo o lado e terem um retorno de investimento lucrativo para os atacantes, alinha a Symantec, que vê mudanças na situação atual.



"O que testemunhamos nos dias de hoje é que os atacantes estão a alterar as suas atenções", uma mudança explicada pela proliferação de sistemas operativos, a potenciar lucro noutras plataformas.



Um exemplo claro dessa alteração está no crescimento das ameaças dirigidas a sistemas Android: em maio do ano passado foram detetadas 11 novas famílias de malware para Android. Em maio deste ano o número aumentou para 30, quase triplicando.



Outro exemplo de diversificação dos alvos escolhidos para ataques informáticos é o Mac SO, o sistema operativo na base dos computadores da Apple, que no período foi vítima de um trojan, o Flashback, que conseguiu afetar 600 mil computadores. O aumento expressivo do número de utilizadores Mac - que nos Estados Unidos já representam 10% do mercado - não será alheio ao fenómeno.



Os ataques via browser também são destacados pela empresa, que sublinha o seu crescimento e faz notar o potencial de risco, uma vez que podem ser transversais a diversos sistemas operativos. O Neloweb é um bot com estas características, que manteve atividade em maio. Até agora tem funcionado especificamente para Windows, mas já há sinais de que está a ser redirecionado para outros browsers e a Symantec acredita que em breve isso se verificará.



Os vírus criados com fins e alvos específicos, como o Flamer, também são referidos como uma nova tendência, que tira partido da evolução da informática para potenciar recursos de espionagem.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico




Cristina A. Ferreira