A apetência dos utilizadores pelos conteúdos de vídeo e pela Internet móvel, especialmente com acesso a conteúdos nos smartphones, está a moldar as estratégias dos principais players deste mercado que reconhecem o seu potencial, embora admitam que ainda andam à procura do modelo de negócio certo para monetizar o investimento.

Entre os participantes de um painel do 19º Congresso da APDC, Celso Martinho, director técnico do SAPO, foi um dos que sublinhou a forte aposta que a empresa está a fazer na estratégia multiplataforma. "Estamos a fazer um esforço grande para o mobile com o desenvolvimento de aplicações para o Android, o iPhone e Windows Phone. Temos também um portal mobile e estamos a transformar a uma velocidade muito grande os conteúdos do SAPO para o SAPO Mobile", explicou este responsável do maior portal português.

A estratégia passa também pela televisão, onde os conteúdos do SAPO já têm presença fixa através do Meo, garantindo Celso Martinho que nos próximos meses vão surgir uma série de novidades nesta área.

Também do lado do IOL as oportunidades de crescimento que surgem nas plataformas móveis tornam este canal muito apetecível. Inês Valadas acredita que 2010 ainda não será o ano em que o potencial da publicidade móvel se vai concretizar, mas admite que "2011 será o primeiro ano a sério na publicidade móvel".

Inês Valadas aponta também o vídeo como uma área de grande potencial, mas aqui "está tudo por fazer" porque não há ainda modelos de sustentabilidade.

Jorge Santos do Clix/Sonaecom e Miguel Caldas, da Microsoft Portugal, alinham pela mesma ideia, embora com experiências diferentes que conjugam o papel e a Internet, no caso do primeiro, com a visão dos três ecrãs (telefone, PC e TV), bem no centro da estratégia da Microsoft.

Do lado da Google é também clara a percepção de que as áreas de mobilidade e vídeo são as de grande explosão. "25% do consumo de meios em Portugal já é feito online", lembra Paulo Barreto. A empresa está já a transpor para a Televisão a experiência do YouTube e esse é um dos caminhos que será reforçado no futuro.

Mais céptico, Pedro Carrasqueiro, do AEIOU, o portal da Impresa, tem algumas dúvidas sobre a possibilidade de rentabilizar a publicidade nos telemóveis, até porque o modelo de display advertising ocupa um espaço significativo nos ecrãs (já pequenos) dos telemóveis. A Impresa está por isso a apostar mais no modelo hyperlocal e de conteúdos e publicidade muito específica e de oportunidade.