Antes de lançar o programa Gerazão no início da semana passada, o Facebook realizou um estudo online em Portugal com 1.000 jovens entre os 14 e os 19 anos, no mês de agosto, conduzido pela NetSonda. Por ocasião da sessão de lançamento, o SAPO TEK conversou com a responsável do Facebook Espanha e Portugal na área de políticas públicas, Natalia Basterrechea, que considera que Portugal não é um caso muito diferente dos restantes países.
Assumindo que o Facebook quer apresentar-se como uma “plataforma segura”, Natalia Basterrechea explica que a realidade portuguesa não é muito díspar do panorama mundial. E uma das conclusões da investigação que a especialista destaca particularmente é o facto da maior parte dos jovens ter conhecimento e efetivamente recorrer às opções de reportar disponibilizadas pelas redes sociais.
“São boas notícias porque a maior parte dos jovens sabe de que forma recorrer às opções de reportar do Facebook”.
A existência de perfis falsos ou a utilização das fotografias dos jovens noutras contas é uma realidade nas redes sociais. Neste sentido, quando questionados sobre a atitude face à publicação de uma fotografia do próprio, a maior parte dos jovens pediria que a imagem fosse retirada, seguindo-se a opção de reportar à rede social.
Mas os jovens com 14 a 16 anos indicam com mais frequência que pedem ajuda aos pais, enquanto que no caso dos mais velhos a opção mais escolhida é reportar à rede social. 60% dos jovens dizem já ter utilizado as opções de "reportar" nas redes sociais.
Bloquear e reportar: algo relativamente comum no caso dos mais novos
Relativamente à política de privacidade ou os termos de serviço das redes sociais que utilizam, cerca de metade da amostra tem conhecimento delas, mas apenas 31% refere que já as leu. A maioria dos inquiridos já bloqueou alguém nas redes sociais e já deixou de seguir utilizadores, 66% e 60% respetivamente. Mas no que diz respeito à revisão de definições de privacidade, a maior parte dos jovens (46%) só o faz quando é relembrado pelas redes sociais, uma percentagem que não difere muito dos 31% que nunca o chegaram a fazer.
Quando confrontados com a atitude que adotariam se alguém fosse desagradável com o próprio ou alguém conhecido, enviar mensagem privada a quem publicou é a opção mais recorrente, seguindo-se o pedido de ajuda dos pais, professor ou adulto de confiança. Mas 5% disse que não lhe incomodaria ou que não tomava qualquer tipo de atitude.
Numa altura em que conteúdos violentos surgem diariamente nas redes sociais, 14% dos jovens admitem que já disseram algo ofensivo na Internet ou que agiu de forma incorreta. Chamar nomes foi o que os jovens dizem ter feito de forma desagradável ou incorreto com alguém na internet. Quanto à partilha de passwords com alguém na Internet 65% diz que nunca iria partilhar.
Os resultados dos inquéritos revelam ainda que o smartphone é o preferido na hora de escolher a forma como se acede à Internet, com uma percentagem que se diferencia de forma substancial dos restantes, 69%. No top três está ainda o computador pessoal e outros dispositivos móveis, como o tablet, com 17% e 10%, respetivamente.
No que diz respeito ao tipo de utilização das redes sociais, 79% dos jovens garante que servem para manter contacto com amigos e 76% para verem as suas publicações. Apoiar causas sociais, conhecer pessoas novas e ver publicações da família são aquilo que menos motivam a utilização das redes sociais.
Mas há algumas diferenças significativas entre os sexos e as idades. Existem, por exemplo, muito mais raparigas a eleger as redes sociais como uma forma de acompanhar as novidades das marcas ou das influencers e a apoiar causas sociais. E enquanto 71% dos jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos escolhem as redes sociais como uma forma de entretenimento, no caso dos mais velhos o valor desce para os 47%.
O programa GeraZão pretende educar os jovens para uma navegação segura, para que possam fazer o melhor uso possível da Internet, sem riscos, disponibilizando para isso recursos online para os mais novos, pais e professores. A iniciativa contou com o apoio da Direção-Geral da Educação (DGE), a SeguraNet, o Centro de Internet Segura (CIS) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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