As vozes contra a exclusividade da relação iPod e iTunes na Europa começam a subir de tom e a antever a necessidade de algumas medidas de resposta por parte da Apple.
Depois da polémica no ano passado que resultou da prática de preços diferenciados para o serviço iTunes em alguns países da Europa (nomeadamente França e Reino Unido), a empresa enfrenta agora novas acusações de ilegalidade relativamente ao facto do seu serviço de música online apenas funcionar nos leitores de música da marca, os iPods.
A mais recente reclamação surgiu das agências de protecção dos consumidores da Noruega e Suécia que consideram ilegal esta exclusividade, no âmbito das respectivas legislações locais.
Em entrevista a um jornal local, um porta-voz da associação norueguesa de consumidores afirmou a ilegalidade da integração entre serviço e equipamentos, sublinhando que a empresa terá de remover as restrições que impedem o utilizador de usar leitores de música de outras marcas para ouvir as faixas comprada no iTunes.
O Consumer Ombudsman Office da Noruega, autoridade governamental que analisa as práticas de negócio das empresas a operar no país, escreveu mesmo uma carta ao iTunes expondo as suas principais preocupações.
Na carta são citadas questões como a possibilidade da Apple alterar os termos do acordo com o utilizador sem aviso prévio, ou a desresponsabilização da empresa pela contaminação dos PCs com vírus durante o download de músicas.
A Suécia avançou com uma iniciativa semelhante. "Nós partilhamos da posição da Noruega e escrevemos uma carta paralela ao iTunes", admite Marianne Abyhammar, membro da agência sueca para a defesa do consumidor.
Também no Reino Unido uma associação que representa a indústria musical do país, a British Phonographic Industry, defendeu junto de um comité parlamentar na passada terça feira que o iTunes deveria passar a ser compatível com outros dispositivos de música, numa intervenção que foi a primeira feita publicamente defendendo aquela posição.
Para já os responsáveis da Apple na Noruega e no Reino Unido não comentam o assunto, embora um site norueguês citado pela C|Net refira uma declaração oficial da Apple dizendo que a empresa quer resolver a situação "sem encerrar operações na Escandinávia".
Em França a lei que nos últimos meses tem dividido o Parlamento prevê que a Apple e outras empresas com serviços de música online partilhem tecnologias de protecção de cópia por forma a aumentar o leque de equipamentos compatíveis com cada serviço.
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