A queixa agora entregue pela Aptoide à Comissão Europeia surgiu já numa situação extrema, e poderá ter desenvolvimentos numa segunda fase.

Paulo Trezentos, cofundador da Aptoide, explicou ao TeK que a situação de bloqueio deliberado da Google à Aptoide já se vinha a agravar nos últimos meses, mas que nas últimas semanas as regras tornaram-se mais rígidas, e que mesmo outras aplicações que referiam a Aptoide - independentemente do modelo e da origem - eram recusadas no Google Play.

"Esta pode ter sido a 'gota de água' mas a queixa inclui outras questões mais graves e estruturais", admite o investigador.

A decisão de avançar com a queixa já levou a Aptoide a reunir com a Comissão Europeia "ao mais alto nível", onde Paulo Tezentos constatou que a resolução não será rápida, como aliás acontece noutros casos semelhantes. Dois a três anos é o tempo que este tio de investigações demora, mas os fundadores da Aptoide não se importam de esperar, desde que no fim a livre concorrência seja reposta.

As novas versões do Android têm vindo a tornar mais difícil a instalação de app stores independentes, como aliás a Aptoide documenta nas quatro alegações que entregou à Comissão Europeia.

Questionado pelo TeK, Paulo Trezentos admite que há contactos informais com outras grandes app stores independentes, que têm queixas semelhantes e que poderão juntar-se neste processo numa segunda fase.

"Decidimos avançar sozinhos porque era importante ser rápidos e objectivo, mas temos contactos com outras app stores", justifica.

Embora existam queixas em Bruxelas contra as práticas alegadamente abusivas da Google no mercado dos telemóveis, relacionados com o sistema operativo Android, Paulo Trezentos defende que não fazia sentido a Aptoide juntar-se a este processo, já que a sua reclamação é muito específica.

"A nossa queixa tem especificidades e diferenças e a área de app stores tem características próprias e por isso decidimos avançar isoladamente", adiantou ao TeK.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador