A BBC está a preparar o lançamento de um assistente pessoal inteligente que se quer tornar no “rival” da Alexa, avança o The Guardian. Com uma data de chegada marcada para 2020, o Beeb vai ajudar os utilizadores a encontrar os seus programas favoritos e ajudar a interagir com as aplicações e serviços da empresa mediática.

O Beeb vai apostar numa área em que assistentes à semelhança da Alexa têm mais dificuldade: o reconhecimento e compreensão de sotaques britânicos regionais. Para tal, a equipa de programadores da emissora pública vai gravar vozes de funcionários oriundos de diferentes locais do Reino Unido.

Contudo, para já, o foco da BBC não é no hardware em si, uma vez que lançar um dispositivo como o Echo da Amazon ou o Google Home não está nos seus planos. A IA do Beeb estará então presente no website da emissora pública britânica, no seu iPlayer em TVs inteligentes. Além disso, o seu software estará disponível para que outras empresas o incorporem nos seus equipamentos.

Apesar de a empresa trabalhar com outros assistentes inteligentes, a BBC quer passar a desenvolver os seus próprios produtos, de forma a poder recolher informação sobre os seus utilizadores e compreender os seus consumos. Já no final de agosto, as estações de rádio da emissora vão deixar de estar disponíveis na aplicação TuneIn, a qual é utilizada pela Alexa da Amazon. Segundo o The Guardian, o motivo por trás desta decisão relaciona-se com o facto de a empresa americana se recusar a disponibilizar à BBC informação sobre os seus utilizadores.

Embora a decisão de criar um assistente pessoal inteligente seja uma estratégia ambiciosa, uma vez que será das primeiras empresas mediáticas a fazê-lo, a BBC terá de lidar com os desafios relacionados com a privacidade dos seus utilizadores. De acordo com o The Verge, por enquanto, a emissora britânica ainda não divulgou como fará o tratamento dos dados recolhidos.

As práticas de revisão manual das gravações de áudio recolhidas pelos dispositivos de IA da Amazon, a Apple, a Google tem sido uma preocupação cada vez maior por parte dos governos e reguladores. Fora deste tipo de equipamentos, a Microsoft foi das mais recentes empresas sob este escrutínio, uma vez que a estaria a recolher excertos das interações que os jogadores têm com a XBox.