O espaço de José Sócrates na Wikipédia foi alterado por um internauta anónimo. Da biografia do primeiro-ministro foram apagadas as entradas referentes ao caso da sua licenciatura na Universidade Moderna. O caso foi ontem avançado pelo blog de esquerda Zero de Conduta.



Ao que tudo indica, as alterações foram efectuadas a partir de um computador do Governo. Pelo menos, essa é a indicação dada pela ferramenta Wikiscanner, que permite localizar os IP dos computadores a partir dos quais são feitas as alterações às entradas da Wikipedia.



Através deste instrumento descobriu-se que a remoção das entradas da página do primeiro-ministro foi efectuada a partir de um computador do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo.



Contactados por vários órgãos de comunicação social nacionais, Rui Silva, coordenador operacional do CEGER, e David Damião, assessor de imprensa do primeiro-ministro, recusam-se a comentar a situação. Contudo, David Damião negou ao Diário de Notícias que as mudanças tenham sido feitas a partir do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo, alegando que este "não opera com conteúdos".



O assessor refere ainda que as alterações à página de Sócrates não foram feitas com base em qualquer instrução directa do governante e que o facto de algumas dessas mudanças surgirem associadas ao IP do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo é "normal" uma vez que os computadores do Governo estão ligados ao mesmo servidor.



Esta não é a primeira vez que a biografia do primeiro-ministro é alterada. Duas semanas após ser publicada a investigação sobre a licenciatura de Sócrates, um internauta apagou um parágrafo que referia o caso da UnI.



No entanto, as alterações efectuadas na enciclopédia online são todas armazenadas de forma a permitir que as entradas eliminadas possam ser recuperadas. Com base no histórico da Wikipedia, uma das tentativas de alteração à página de Sócrates referia a data da morte do primeiro-ministro, o local e a profissão, com esta última categoria a referir que o primeiro-ministro era "construtor civil" e o "pedreiro mais bem pago" de Portugal".




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