Mais do que qualquer outro país, os Estados Unidos constituem a principal fonte de ciberataques, mas o número de invasões de sistemas informáticos por utilizadores da Internet que ocorrem em Israel é quase o dobro do que de qualquer outra nação, segundo um estudo referido pela Reuters da responsabilidade da empresa Riptech que efectua monitorizações de segurança de redes informáticas empresariais.



Os sectores de actividade económica que revelaram maior intensidade de ataques por empresa foram os de tecnologia de ponta, serviços financeiros, media e entretenimento e os de electricidade e gás. Em média, nos últimos seis meses ocorreram mais de 700 violações de sistemas informáticos em cada empresa.



A maior parte dos ataques foram relativamente benignos na sua natureza. Contudo, o número de ataques graves foi ainda bastante elevado, tendo sido detectados incidentes de emergência em 43 por cento das redes de clientes, concluiu o estudo. No segundo semestre de 2001, o número médio de invasões não autorizadas por empresa aumentaram perto de 80 por cento.



Em relação ao indicador de número de violações informáticas por 10 mil utilizadores da Internet, Israel está em primeiro lugar, seguido por Hong Kong, Tailândia, Coreia do Sul, França, Turquia, Malásia, Polónia, Formosa e Dinamarca,



Para realizar este estudo, a Riptech investigou mais de 128 mil ciberataques detectados na análise de 5,5 mil milhões de entradas de registos e alertas nas redes dos seus clientes entre Julho e Dezembro de 2001. A empresa integra 300 clientes espalhados por 25 países.



Amit Yoran, presidente e director executivo da Riptech explica, em afirmações à Reuters, que apesar de a maior parte dos ataques poderem ser identificados em relação ao que se considera ser o país de origem, é possível que hackers maliciosos escondem a sua localização exacta.



O estudo conclui que os ataques que parecem ter origem nos Estados Unidos - cerca de 30 por cento do total - foram quase o triplo do país que ficou na posição anterior. Mas apenas foram realizados 3,5 ataques por 10 mil cibernautas norte-americanos, contra os 26 por 10 mil utilizadores israelitas da Internet. Atrás dos EUA ficaram a Coreia do Sul, China, Alemanha, França, Canadá, Formosa, Itália, Grã-Bretanha e Japão.



No Médio Oriente, as empresas mais atingidas foram as de electricidade e gás, ao passo que as companhias de tecnologia de ponta e de serviços financeiros foram as mais atacadas na Ásia. Os vírus Code Red e Nimda foram excluídos do estudo, por terem sido tão frequentes durante o último semestre de 2001 - representando cerca de 63 por cento das actividades maliciosas detectadas pela Riptech.



Excluindo o Nimda, o número de ataques diminuiu bastante após os trágicos incidentes de 11 de Setembro, mas começou a aumentar a partir da terceira semana de Setembro, chegando ao máximo a meio de Novembro. No início de Dezembro, registou-se uma ligeira descida, de acordo com o estudo.



As empresas com mais de 500 empregados foram 50 por cento mais afectadas por ataques do que outras companhias mais pequenas, ao passo que os organismos públicos sofreram o dobro dos ataques do que as entidades privadas e não-lucrativas. Mais de um terço (39%) dos ataques parecem ter sido direccionados, consistindo em tentativas deliberadas de comprometer um determinado sistema ou empresa.



Yoran afirmou que o estudo era diferente da maior parte, pois basea-se em dados de ataques em vez de em inquéritos a administradores de sistemas ou a outros responsáveis das empresas, os quais condidera não serem sempre exactos.


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