A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um homem que usou uma campanha de solidariedade para ajudar uma criança com uma doença rara para recolher fundos que usava em proveito próprio.

O caso da criança portadora da doença foi divulgado em vários órgãos de comunicação social e a campanha existia de facto, coordenada pelos pais. O suspeito tirou partido do mediatismo do caso para levar a cabo a tentativa de fraude.

O homem, detido em Montemor-o-Novo, fez circular um email a pedir donativos para ajuda no tratamento da criança doente, mas na mensagem indicava o seu Número de Identificação Bancária, em vez do NIB dos pais da criança, por quem se fazia passar.

Nas buscas domiciliárias, realizadas ontem, a Polícia Judiciária apreendeu diverso material informático de apoio à prática do crime em questão.

Carlos Cabreiro, coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária, explicou ao TeK que o caso foi denunciado às autoridades pelos pais da criança e a investigação que permitiu identificar o suspeito demorou três semanas a um mês.

A Polícia Judiciária não divulga o montante amealhado com o esquema fraudulento, que o coordenador de investigação garante não ser muito comum em Portugal, como atesta o facto deste ano ainda não ter sido investido nenhum outro caso com as mesmas características. Também não fornece informação sobre o número total de pessoas burladas, embora avance que chegou a ser amealhado algum dinheiro.

O homem enfrenta agora as acusações de burla qualificada e reprodução ilegítima de programas de computador. O primeiro crime prevê pena de prisão até 10 anos, enquanto o segundo tem uma moldura penal que pode ascender a 3 anos de prisão.

Cristina A. Ferreira