Os CTT – Correios de Portugal lançam hoje aquele que se afirma como o primeiro cripto selo português, emitido em formato físico e NFT (Non-Fungible Token), sob o tema “Navegando à descoberta do Futuro”, numa iniciativa que ambiciona homenagear o passado, mas de olhos postos no futuro.
Ao todo, o cripto selo “Caravela”, desenvolvido em parceria com a StampsDaq, terá uma emissão total de 40 mil exemplares, com um valor de 9,90 euros: 30 mil em formato físico, com o seu “gémeo” digital, em NFT, e 10 mil exemplares exclusivamente digitais, que estarão disponíveis na plataforma da startup estoniana.
Na versão física, à venda nas lojas dos CTT, os compradores receberão um cartão com o selo físico e um código numérico de 10 dígitos. O código deverá ser inserido na plataforma StampsDaq para permitir o acesso digital ao selo NFT. O selo digital fica acessível na crypto wallet e pode ser pago com Matic, a criptomoeda nativa da rede Polygon, ou utilizando um cartão de crédito.
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De acordo com os CTT, o selo NFT tem diferentes níveis de raridade. Quando é feito o resgate do NFT associado à versão física, o colecionador recebe um selo digital com um de 4 níveis de raridade: comum, com 35 mil exemplares; raros, com 4 900 exemplares; super raros, com 99 exemplares e único, com apenas um exemplar.
O futuro dos CTT e da filatelia no digital
Raul Moreira, diretor de Filatelia dos CTT, indica que o lançamento se enquadra na estratégia de inovação filatélica da empresa, que acredita que o cripto selo “vai apelar tanto aos nossos antigos coleccionadores como aos novos”. “Escolhemos a StampsDaq como parceiro para o selo digital porque partilhamos uma visão comum sobre o futuro da filatelia”, afirma.
Já Andrii Shapovalov, CEO da StampsDaq. afirma que a parceria é um “marco importante” para a startup, constituindo uma validação do seu modelo de negócio “por um dos mais importantes operadores postais europeus". "Todos os elementos da cadeia de valor filatélica são preciosos, mas os colecionadores são os que mais devem beneficiar (...)”, detalha.
“As possibilidades oferecidas pela blockchain irão complementar e definitivamente melhorar a experiência tradicional de recolha de selos", dando origem a novas oportunidades para os colecionadores, enfatiza Andrii Shapovalov.
O CEO da StampsDaq indica que a abertura à Web3 pode impulsionar o mundo da filatelia e fazer com que chegue a uma geração de colecionadores mais nova. No caso da plataforma da startup, há mais do que simples colecionismo de cripto selos, com atividades que incluem jogos ou até programas de viagem até os países onde os selos são emitidos.
A segurança é uma prioridade e, para adicionar uma camada adicional de proteção contra ciberataques, a empresa fechou uma parceria com a Veritic para a criação de uma solução que será implementada em breve na plataforma.
Segundo o responsável, o futuro do colecionismo filatélico na StampsDaq passa pelo metavserso, com foco na realidade virtual e com avatares, permitindo novas formas de interação, tanto para os utilizadores como para os operadores.
Como realça Nuno Matos, Head of Digital, Transformation and Innovation dos CTT, hoje, os CTT estão “em profunda transformação”. Para lá de ter um negócio tradicional, “tem hoje quatro grandes áreas de negócio de crescimento”.
“A inovação é uma peça fundamental nesta jornada e, nós, nos CTT, temos uma abordagem estruturada na inovação (...) que passa por termos várias alavancas à nossa disposição para fabricar novos produtos, novos serviços e novas abordagens ao mercado”, afirma o responsável.
O lançamento do cripto selo é, nas palavras de Nuno Matos, um exemplo da “abertura ao ecossistema externo de inovação”. O responsável realça que os CTT estão também a construir uma agenda de inovação, com mais de 30 tópicos, incluindo correio digital e Web3, centrados em torno de áreas chave.
A iniciativa apresenta-se como um exemplo de co-inovação dos CTT desenvolvido em parceria com o seu ecossistema de startups. O CTT 1520 Startup Program tem como objetivo abrir as portas ao ecossistema da empresa e procura projetos que se enquadrem no seu negócio, potenciando áreas de colaboração conjunta.
Os CTT afirmam que, desde a sua criação, o programa já mapeou mais de 1800 empresas e tem 32 projetos atualmente em curso: 15 em parcerias comerciais, 17 em projetos de co-criação (5 em piloto técnico e 12 em produção), 1 aquisição e 3 investimentos via Techtree, a KIT-AR, a Sensefinity e a Habit.
Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que também marcou presença no lançamento, realça que embora possa ser considera um país "pequeno" quanto as suas dimensões, Portugal é rico em talento, nas empresas, mas também naquele que é oriundo das universidades e politécnicos.
Para a ministra, o lançamento do cripto selo dos CTT é prova como até mesmo empresas centenárias se podem transformar digitalmente e apostar na modernização. Segundo Elvira Fortunato, podemos ir mais longe com a aplicação destas novas tecnologias e impulsionar a inovação e transformação digital dos negócios, sendo este um dos focos da União Europeia.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 19h53)
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