A Comissão Europeia adoptou recentemente a "IPv6 Priorities for Action", uma comunicação através da qual se pede um plano de acção para acelerar o lançamento da versão 6 do Internet Protocol conhecida por IPv6 - uma tecnologia chave para a Internet do futuro.



A adopção da norma IPv6 é vista como uma área importante da estratégia europeia para a Internet da próxima geração, tal como o são a estratégia europeia para a banda larga e outras iniciativas lançadas durante a cimeira de Lisboa.



Actualmente, a Comissão está a contribuir com cerca de 55 milhões de euros (para o desenvolvimento do IPv6 quer decorrem sob o Quinto Programa Quadro). Além disso, a GEANT a rede de investigação mais rápida do mundo está a migrar para o novo protocolo fornecendo uma primeira plataforma de teste para as novas aplicações e serviços com a nova norma.



Concebida pelo Grupo de Trabalho IPv6, da CE, estabelecido após a cimeira de Estocolmo, a recente comunicação apela para que os esforços na área da investigação sejam igualados pelo compromisso político e industrial dos Estados-membros, de modo a assegurar uma implementação rápida e fácil do IPv6.



O executivo europeu explica que o espaço da actual geração Internet deverá estar esgotado por volta de 2005 e por isso exige a adopção urgente da norma IPv6, que fará aumentar exponencialmente o número de endereços Internet disponíveis



"A tecnologia IPv6 é importante para possibilitar a convergência da Internet com as comunicações móveis, uma área onde a Europa lidera mundialmente", afirmou Erkki Liikanen, comissário europeu para a sociedade da informação. "A importância da IPv6 para a competição europeia em geral não pode ser subestimada".



Quando a versão actual do protocolo Internet (IPv4) foi concebida - nos anos 70 -, forneceu 4.000 milhões de endereços. Embora na altura parecessem ser mais do que suficientes, agora não chegam para cada um dos cidadãos do planeta. A agravar a situação, a distribuição desigual dos endereços, quando quase 75 por cento ficaram adjudicados a organizações norte-americanas.



Segundo os cálculos da Comissão, os endereços IPv4 deverão estar esgotados por volta de 2005. Para tal contribuirão os futuros desenvolvimentos da Internet, como as comunicações sem fios de máquina para máquina, computação móvel e telefonia de terceira geração, que irão impor maior pressão a esta já limitada fonte de recurso. O executivo europeu explica que o IPv6, por seu lado, vai criar mais localizações no ciberespaço do que os grãos de areia existentes nas praias de todo o mundo.



A Comissão defende ainda que com o upgrade IPv6, a Europa poderá transportar a sua posição de liderança nas comunicações móveis para outras áreas, como a dos equipamentos de rede ou electrónica de consumo, em que normalmente é cliente e não fornecedora.



Embora alguns dos novos endereços venham a ser atribuídos aos tradicionais PCs dos utilizadores, a maioria será direccionada para a nova gama de dispositivos Internet como telemóveis, sistemas de navegação, aplicações domésticas, etc.



Com o IPv6, a Internet estará disponível em todo o lado. A maioria do seu tráfego será gerado na comunicação entre máquinas, ou seja, será tráfego sem fios. Por estas razões, a Comissão acredita que a nova versão IP será um condutor chave de novas aplicações e serviços oferecidos nos sistemas de comunicação de terceira geração.



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