Um estudo a nível europeu sobre os riscos online para crianças e jovens revela que os portugueses se encontram menos expostos a ameaças como o bullying, pornografia, mensagens de cariz sexual ou contacto com desconhecidos. Paralelamente, Portugal é um dos países onde mais crianças e jovens declaram já ter sentido "bastantes vezes" que faziam um uso excessivo da Internet.

Os dados são do EU Kids Online II, uma análise baseada em inquéritos feitos durante a Primavera e Verão deste ano, a 23 mil crianças europeias entre os 9 e os 16 anos, e a um dos seus pais, em 25 países europeus. Apenas 7 por cento dos jovens portugueses afirmaram já se terem sentido incomodados ou perturbados quando navegavam na Internet. A média europeia é de 12 por cento.

Itália (6%) e Alemanha (8%) são outros dos países que se classificam aqueles onde as crianças se sentem menos expostas a riscos que podem também passar pela abordagem por mensagens de cariz sexual ou encontros presenciais com contactos feitos através da Internet - uma prática que foi admitida, a nível global, por 1 em cada 12 dos jovens inquiridos.

Dinamarca (26%), Estónia (25%), Roménia e Suécia (ambas com 21%) apresentam-se como os países onde os jovens correm mais riscos online, numa Europa onde 29 por cento dos entrevistados comunicam com estranhos online, classificando a prática como ora "perigosa" ora "divertida".

Este foi identificado como um dos riscos mais reportados pelas crianças, a par do acesso a conteúdos potencialmente nocivos gerados pelos utilizadores.

Ver ou receber imagens ou mensagens sexuais são os riscos mais comuns mas poucas das crianças os identificam como nocivos, constatou o estudo. Mais raros são os encontros offline com conhecimentos travados na Internet e os casos de bullying.

Em Portugal os riscos parecem estar mais situados ao nível do uso excessivo da rede, com 49 por cento dos entrevistados a admitir ter tido essa percepção "bastantes vezes" - bem acima da média europeia, que se situa nos 30 por cento.

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No que respeita ao uso das redes sociais, outro dos factores frequentemente associados à temática da segurança online, 60 por cento dos internautas portugueses afirmam ter perfil neste tipo de serviços e em 25 por cento dos casos sem quaisquer restrições de acesso.