A revista Wired chama-lhe o primo sombrio do Bitcoin. E a afirmação não é de todo descabida: se o Bitcoin é conhecido por garantir anónimato aos utilizadores nas transferências online realizadas, o Darkcoin consegue atingir níveis ainda maiores de privacidade.



Sob esta bandeira de confidencialidade e segurança são muitos os utilizadores que têm investido nesta criptomoeda ao longo das últimas semanas. Entre o final de abril e o dia de ontem, 21 de maio, o Darkcoin valorizou dez vezes, passando de um valor unitário de 75 cêntimos para 7,5 dólares.



No Bitcoin todas as transações estão disponíveis através do blockchain, mas no Darkcoin os endereços das transações de um utilizador são misturados com os endereços de outros dois utilizadores. Este processo, chamado de Darksend, permite mascarar a troca de dinheiro entre as pessoas.



Atualmente todos os Darkcoin já valem perto de 30 milhões de dólares, um número que não sendo suficiente para fazer sombra ao Litecoin ou ao Bitcoin, ajuda pelo menos a revelar que os nichos das criptomoedas têm sucesso.



Ao grande número de novos utilizadores, ao crescimento do valor da divisa digital e à maior cobertura que vai tendo na imprensa, o Darkcoin começa também a atrair investidores que veem uma nova oportunidade de fazer fortuna em cada “bitcoin” que nasce.



Allen Price, um destes especialistas em bitcoins alternativas – as altcoins, como o CryptoEscudo – revela à Wired que estava à espera de ver o típico sistema de bombear e despejar – referindo-se ao crescimento rápido e à desvalorização ainda mais instântanea -, mas tal nunca se verificou. De acordo com o investidor, o Darkcoin tem-se mantido sólido porque tem um valor real, isto é, o esforço que exige e a vantagem da privacidade justificam a valorização da moeda.



Mas há mais para explicar o sucesso do Darkcoin: a divisa usa um sistema de controlo com direito a recompensa. Quer isto dizer que um utilizador deve pagar 1.000 darkcoins para poder tornar o seu PC num “coordenador”. Este coordenador vai validar as transações feitas por outros utilizadores, mas ao mesmo tempo está a garantir ao seu dono 10% de todas as novas moedas que surgem no sistema do Darkcoin.



Por fim fica a chamada de atenção para o facto de o sucesso do Darkcoin poder estar ainda diretamente relacionado com as vantagens da moeda em atividades ilícitas – tal como já aconteceu com o Bitcoin.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico