A ideia de que as ferramentas de inteligência artificial generativa como o GhatGPT, Gemini ou Copilot iriam mudar as vidas das pessoas e das empresas gerou uma onda de entusiasmo elevado, mas na prática, são poucos os que realmente utilizam os modelos. O estudo foi conduzido pela Reuters Institute and Oxford University e teve como base um inquérito a 12.000 pessoas espalhadas por seis países (Argentina, Dinamarca, França, Japão, Reino Unido e Estados Unidos).

Uma das conclusões é que os utilizadores mais jovens são os que estão mais a adotar a tecnologia. Nas idades compreendidas entre os 18-24 anos, 56% dizem que utilizaram pelo menos uma vez. Apenas 16% utilizaram na faixa etária acima dos 55 anos. Ainda existem entre 20-30% de utilizadores online que nunca ouviram falar dos modelos mais populares de IA.

O ChatGPT é o modelo mais conhecido das ofertas, com 50% dos inqueridos a destacarem-no, além de ser o mais utilizado de todos. Mas isso não significa que seja realmente adotado no dia-a-dia das pessoas. Na investigação, a conclusão é que o uso do ChatGPT é raro, com apenas 1% a assumir uma utilização diária no Japão, 2% na França e Reino Unido e 7% nos Estados Unidos. Ou seja, muitos dos que disseram que já experimentaram utilizar a IA generativa fizeram-no uma ou duas vezes, mas sem estar inserido na rotina de utilização da internet.

Relativamente à utilização dos modelos de IA, 28% dos utilizadores afirmam que recorrem a estas ferramentas para criar elementos multimédia, como texto, áudio, código, imagens e vídeo. Já 24% dizem utilizar a IA para obter informação. Apenas 5% dos inqueridos nos seis países apontam a IA para ter acesso às mais recentes notícias.

Em declarações à BBC, o Dr. Richard Fletcher, o responsável pelo estudo, aponta que existe uma discrepância entre o “hype” (entusiasmo) em torno da inteligência artificial e o interesse público na tecnologia desde que o ChatGPT passou a ser a palavra do dia quando foi lançado em novembro de 2022. Desde então as gigantes tecnológicas têm investido milhares de milhões de dólares na IA. Mas o estudo indica que por muito investimento e avanços que se tenham feito na tecnologia, esta ainda está longe de se tornar parte das rotinas de utilização.

A maioria das pessoas, segundo o estudo, espera que a IA tenha um grande impacto em virtualmente todos os sectores da sociedade nos próximos cinco anos: 51% diz que vai ter impacto a nível político, 66% para a imprensa e 66% aponta a ciência.