As empresas empregam cada vez mais tecnologias de vigilância para monitorizar a utilização do email e da Internet por parte dos seus funcionários, despedindo os que não cumprirem as regras de netiqueta empresarial da organização, de acordo com um novo estudo realizado pela instituição britânica Work Foundation - anteriormente conhecida por The Industrial Society.



De acordo com o estudo, baseado em 262 questionários individuais efectuados durante Março de 2002 junto de especialistas em recursos humanos, 75 por cento das organizações que responderam afirmaram possuir ou estar a criar políticas de netiqueta.



Destas, 66 por cento monitorizam o acesso a sites da Web, 65 por cento controlam as mensagens de email recebidas e 43 por cento vigiam os emails com vista a detectarem palavras ou conteúdos menos apropriados. Quase um quarto (23%) asseguraram que despediriam um funcionário que violasse as regras de netiqueta.



A maioria das organizações comunicam as suas normas de utilização da Internet ao pessoal através de documentos impressos ou de mensagens de correio electrónico. Contudo, apenas 49 por cento comunicam essas regras de netiqueta aos novos funcionários.



Apesar da maior parte das empresas inquiridas informarem os seus empregados de que estão a ser monitorizados, cerca de uma em cada dez não o fazem. Esta situação aplica-se sobretudo no caso das pequenas companhias: 19 por cento das que possuem menos de 100 funcionários não informam por escrito a monitorização do email, ao passo que 17 por cento não avisam por escrito a monitorização da actividade na Web.



A Work Foundation considera que as políticas de informação sobre a utilização aceitável da Internet e do email constituem uma parte essencial das várias questões legais e de recursos relacionadas com as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), mas salienta que as companhias deveriam estar conscientes das suas responsabilidades legais em relação aos seus funcionários.



Outros dados evidenciados por este estudo é que as políticas de netiqueta abrangem mais o email (93%), o acesso à Web (87%), procedimentos disciplinares no caso de violação das normas (78%) e erradicação de vírus (75%). O tipo de organizações que onde existe uma maior implementação de políticas de netiqueta são as companhias abastecedoras de àgua, electricidade e gás (71%) e as pertencentes ao sector financeiro (69%), sendo as firmas de tecnologia as que menos adoptaram políticas de netiqueta.



Por outro lado, em 46 por cento das empresas com regras de netiqueta, o departamento de Tecnologias de Informação é a entidade responsável pela sua criação e aplicação, ao passo que em 18 por cento estas funções estão a cargo dos recursos humanos, sendo que em 21 por cento das empresas consiste numa responsabilidade conjunta de funções diferentes no seio da organização.



O estudo revela ainda que a monitorização tem mais probabilidades de ocorrer em grandes empresas, dado que 62 por cento das organizações com cerca de 2300 funcionários afirmaram monitorizar os emails com vista a pesquisar conteúdos desapropriados e 52 por cento monitorizam mensagens internas de correio electrónico.


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