Estados Unidos poderão afastar-se da gestão da Internet

28 jul 2006 12:14

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Com o fim à vista do acordo de co-gestão do ICANN, o Governo americano pondera afastar-se do controlo dos DNS e apoiar um modelo de funcionamento independente. A intenção é bem vista pela maioria dos 700 participantes numa consulta pública sobre o tema.

Os Estados Unidos anunciaram que estão disponíveis para ceder o controlo do sistema de nomes de domínio da Internet (DNS). A notícia foi avançada ontem à noite depois de uma reunião de especialistas e vai de encontro aos pedidos da comunidade internacional que reclama maior intervenção nesta matéria.

Para já não é conhecida a forma como os Estados Unidos pretendem proceder a esta partilha de responsabilidades nos destinos da Internet. Falta saber como e quando vai alterar-se a foram de funcionamento do ICANN, entidade com estas responsabilidades, avança o Tech World.

A discussão em torno da permanência do modelo de gestão partilhado do ICANN - Internet Corporation for Assigned Names and Numbers surge com o aproximar do fim do acordo entre o organismo e o Departamento Americano do Comércio, que expira no próximo mês de Setembro.

Antes do encontro da noite passada já tinha decorrido uma consulta pública para recolher opiniões sobre a renovação ou não deste acordo. No âmbito desta iniciativa o Governo recebeu 700 comentários, que na sua maioria defendem a necessidade de repensar a actual posição.

O processo de transição do controlo do ICANN teve início em 1998 e já teve vários avanços e recuos mas nunca chegou a ser concluído. Ainda no ano passado a administração Bush emitiu uma carta de princípios onde as intenções de manter o actual modelo de funcionamento do organismo eram claras.

Nos últimos anos as vozes discordantes desta política têm subido de tom. Fora dos Estados Unidos a questão ganhou relevância nas duas edições da Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, pela mão das Nações Unidas e mesmo da União Europeia. Dentro do país através de vários especialistas.

Este grupo defende que o preço político para ter os Estados Unidos envolvidos na gestão do DNS se tornou demasiado elevado.

Uma outra corrente defende, no entanto, que o organismo ainda não está pronto para desempenhar todas as tarefas que lhe cabem de forma autónoma e acredita que uma decisão precipitada pode colocar em risco a segurança e a estabilidade da Internet.