O objetivo da Estratégia Nacional para a Inclusão e Literacia Digital (ENILD) é levar mais utilizadores a experimentar os benefícios da Internet, mas também oferecer condições para melhorar as competências digitais básicas, que estão ainda longe dos índices conseguidos nos países mais desenvolvidos.

Segundo os dados mais recentes, 30% da população portuguesa continua afastada dos meios digitais, sendo que este grupo é constituído sobretudo pelos mais idosos, e os cidadãos menos favorecidos economicamente. Mas o reduzido número de competências digitais estende-se a outros grupos de cidadãos, mesmo entre os mais jovens e os que estão no mercado de trabalho, como se provou ontem durante os debates realizados no 1º Encontro da Rede TIC e Sociedade.

Mais de metade da população portuguesa não tem as competência necessárias para tirar partido das ferramentas digitais, o que tem impacto na empregabilidade, mas também no desenvolvimento da Economia Digital no país.

Até 2020 a Estratégia para a Inclusão e Literacia Digital  - que foi desenvolvida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia com a ajuda de vários parceiros - vai colocar no terreno medidas que se focam nos pilares de definição das competências digitais, estruturação da rede de aplicação da estratégia e nos recursos a utilizar.

Ao todo são mais de duas dezenas de medidas previstas, divididas entre os três eixos, entre as quais se contam a criação de um sistema de testes online de auto-diagnóstico das competências digitais, a criação de um diretório de pontos de acesso grátis à Internet sem fios e o desenvolvimento de conteúdos nesta área.

A governação da Estratégia deverá ter vários níveis de coordenação, com a componente política mas também de implementação e visão técnica, que vão ser assegurados, respetivamente, por uma Comissão Interministerial, um Conselho Permanente e uma Equipa de Projeto.

O documento refere ainda a criação de um Conselho Científico de apoio à Estratégia, um órgão consultivo independente que será constituído por peritos nas áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação.