Uma estudante universitária de 28 anos foi condenada a sete anos e nove meses de prisão efetiva por perseguir uma colega nas redes sociais e usar diversos meios digitais para denegrir a imagem da jovem.

A notícia avançada pelo Jornal de Notícias conta que a perseguição durou dois anos e afetou não só a colega da mesma escola, o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa, como familiares e amigos. Incluiu a criação de perfis falsos nas redes sociais, o envio de mensagens à vítima, amigos e familiares, com diferentes tipos de insultos e o recurso a diferentes serviços que permitiam difamar e denegrir a imagem da colega de forma anónima.

Entre as mensagens divulgadas com informações falsas, sobre supostas relações e práticas sexuais da vítima, contam-se também mensagens enviadas para escolas e outras instituições na terra natal da visada, uma pequena localidade no interior do país.

A agora condenada pelos crimes publicou ainda anúncios em sites de acompanhantes de luxo, com fotografias montadas, a partir de imagens reais da colega e usou a mesma técnica para divulgar noutros canais digitais imagens de teor sexual manipuladas. Marcou consultas de cirurgia estética e exames, fez encomendas de produtos em sex shops, pizzarias e outras lojas online, igualmente em nome da vítima.

Chegou a simular a morte da colega e a divulgar uma mensagem nas redes sociais com essa informação: “É com tristeza nos nossos corações que informamos que a nossa estimada colega do ISCSP faleceu perdendo a batalha para uma infeção […] Partilhem”.

A pena é a mais pesada alguma vez aplicada em Portugal para um caso do género, relata o JN, mesmo depois de a estudante ter conseguido livrar-se de 75 infrações, graças à Amnistia Papal concedida por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude, quando o evento teve lugar em Portugal. A agressora foi condenada por perseguição, falsidade informática e denúncia caluniosa.