O número de crianças e jovens portugueses que utilizam a Internet continua a crescer, em idades cada vez mais baixas, acentuando a diferença em relação aos pais cibernautas, revela um estudo promovido pela iniciativa europeia EU Kids Online.

De acordo com o relatório, que será apresentado esta sexta-feira em Lisboa, Portugal é um dos poucos países europeus em que os mais novos navegam mais do que os seus pais, o que leva a coordenadora nacional do projecto, Cristina Ponte, citada pela Lusa, a apelar à necessidade urgente de "formação tecnológica parental".

Uma das consequências perigosas desta clivagem é o facto de os pais portugueses estarem a retardar a consciencialização das crianças para os riscos na Internet, por isso deverá igualmente investir-se em acções de sensibilização que reduzam os riscos do uso da Internet pelas crianças. "Os pais não falam dos perigos às crianças mais novas, mas na verdade, se elas tiverem informação adequada, serão mais cautelosas", sugere a responsável.

O estudo revela que, enquanto as crianças portuguesas utilizadoras da Internet ascendem já aos 68 por cento, apenas 32 por cento dos pais são fãs da Web, longe dos 54 por cento da média europeia.

Um terço dos pais é utilizador ocasional da Internet e outro terço não utiliza de todo, situação que estará relacionada com o atraso educacional que o país ainda regista, sublinha Cristina Ponte.