A, respetivamente, deputada pelo PS e o deputado pelo PSD para o Parlamento Europeu reagiram desta forma à notícia publicada pela revista alemã Der Spiegel, que refere que a União Europeia era uma dos alvos da Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA), acusada de vigiar comunicações eletrónicas à escala global através do programa Prism.

"Não me surpreende realmente, embora lamente", resumiu Ana Gomes, citada pela agência Lusa. Carlos Coelho também considera que a espionagem dos Estados Unidos à Europa "não é nada de novo" e recorda as comissões de inquérito no Parlamento Europeu sobre situações semelhantes.

O social-democrata mencionou o caso Echelon, em 2001, que envolvia espionagem anglófona sobre a Europa e na qual estaria envolvido o Reino Unido.

O artigo publicado na Der Spiegel baseia-se em documentos que obteve através de Edward Snowden, o informático ex-colaborador dos serviços secretos norte-americanos, que está atualmente em fuga.

De acordo com a revista, num documento de Setembro de 2010, classificado como "estritamente confidencial", a NSA descreve como espiava a representação diplomática da União Europeia (UE) em Washington, recorrendo a microfones instalados no edifício, mas também a infiltrações na rede informática, que lhe permitia ler correios electrónicos e documentação interna.

Em reação ao artigo, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, já veio exigir que os Estados Unidos clarifiquem se espiaram a União Europeia. "Estou profundamente preocupado e surpreendido", reconheceu Schulz num comunicado, no qual assegura que, se as acusações forem verdadeiras, constitui um assunto muito grave que terá um grave impacto nas relações UE-Estados Unidos.

"Em nome do Parlamento Europeu exijo uma clarificação completa e mais informação rapidamente das autoridades norte-americanas sobre estas acusações", sublinhou.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico