O Facebook está a ser acusado de falta de transparência relativamente aos critérios de exclusão de conteúdos que revelem infrações dos direitos humanos e de se submeter às vontades de entidades governamentais, em detrimento da voz popular.

Numa carta enviada a Mark Zuckerberg no dia 31 de outubro, 73 organizações defensoras dos direitos humanos “apontam o dedo” à maior rede social do mundo, acusando-a de censurar conteúdos que expõem violações dos direitos humanos.

Estas entidades destacam que publicações que apresentem situações flagrantes de brutalidade policial são constantemente alvos de censura. Além disso, dizem que o Facebook tem uma orbigação moral de proteger a liberdade de expressão de quem usa a sua plataforma para expor casos de injustiça.

O CEO é acusado de “dizer uma coisa e fazer outra”. As organizações protestantes referem que a rede social procura afirmar-se como um bastião da liberdade de expressão, mas que as suas ações têm vindo a intensificar a marginalização de comunidades que estão já na periferia da sociedade.

Elas reconhecem alguns dos “gestos simbólicos” feitos pelo executivo em prol de causas humanitárias, mas sublinham que as suas ações não se alinham com o discurso.

Ao mesmo tempo que exigem políticas mais transparentes no que diz respeito à eliminação de conteúdos, as organizações pedem também que o Facebook crie uma plataforma através da qual os utilizadores possam contestar a exclusão de conteúdos, que a rede social seja submetida a uma auditoria externa para se averiguar se as práticas respeitam os direitos humanos e que não forneça dados nem conteúdos dos utilizadores a terceiros, com exceção de quando for intimada por ordem do tribunal.

De acordo com o CNET, o Facebook afima que recebeu a carta e que está a analisá-la, acrescentando que considera que o feedback da comunidade de utilizadores é bastante importante para a rede social.