O governo australiano decidiu adiar por um ano a entrada em vigor do filtro de Internet que prometia deixar a rede mais segura no país. A leitura era do Governo, mas gerou muitas dúvidas e desconfiança junto da sociedade civil e alguma oposição, sobretudo da indústria.



Na sequência das críticas, que estavam maioritariamente relacionados com o âmbito do filtro e dos conteúdos visados pela "censura" a medida é suspensa para a realização de mais estudos. O principal objectivo do filtro australiano seria o combate à pornografia infantil e online, mas este tipo de conteúdos não seria o único visado.



Hoje Stephen Conroy, ministro das comunicações, foi porta-voz da decisão que coloca o filtro em estudo por um período de 12 meses.
Recorde-se que a medida previa que todos os ISPs do país ficassem obrigados ao bloqueio de uma lista de sites previamente definidos e periodicamente actualizada.



Os sites em questão teriam conteúdos relacionados com pornografia infantil, violência e outros conteúdos considerados ofensivos e inapropriados, como conteúdos relacionados com o uso e preparação de drogas, por exemplo.



A principal dúvida dos opositores está ao nível do processo de decisão que conduzirá ao preenchimento da lista de sites a bloquear. Existem receios de que a selecção não seja imparcial, podendo servir interesses pouco claros e limitando a liberdade de expressão.



Contudo, três dos principais fornecedores de serviços de acesso à Internet (Telstra, Optus e Primus) já garantiram ao Governo que estão disponíveis para bloquear conteúdos de pornografia infantil, mesmo sem a imposição de um filtro. As mesmas empresas já reagiram à decisão do Governo mostrando-se satisfeitas.



Recorde-se ainda que, se entrasse em vigor, o sistema transformaria a Austrália num dos países com a Internet mais regulada do mundo.