A França sabe que a Internet se tornou uma plataforma por excelência para o comércio de produtos e serviços e não está disposta a perder impostos com isso. Numa altura em que a Web é cada vez mais usada para transações comerciais, o país procura novas estratégias para assegurar que as taxas são pagas também por quem vende online.

Com esse objetivo em mente, o governo francês encomendou um estudo que visa encontrar meios de assegurar que as grandes retalhistas, que geram grandes volumes de receitas com produtos e serviços destinados ao país, pagam os impostos devidos pelas transações em causa.

A decisão foi anunciada ontem pelo governo, que espera estar em conduções de apresentar, lá mais para o final do ano, medidas mais precisas para fazer face a esta realidade, reporta a Agência France Press.

Os especialistas contratados deverão elaborar um relatório sobre a forma como deverão ser taxados, atendendo à localização geográfica, os lucros, vendas outras contas passíveis de serem tidas em conta efeitos de tributação, explicaram os ministérios das finanças e economia num comunicado enviado à imprensa local.

"O nosso sistema fiscal tem dificuldades em integrar novas formas de transação, decorrentes da economia digital. Isto resulta numa perda de receitas para as finanças públicas e numa desvantagem competitiva para as empresas francesas face a grupos internacionais que se organizam para fugir à carga fiscal ou diminuí-la", defenderam os responsáveis, citados pela agência.

O responsável da Federação Francesa das Telecomunicações (FFT) disse ainda à AFP que as principais visadas por este tipo de medidas seriam as gigantes Google, Apple, Facebook e Amazon, cujo volume estimado de receitas anuais em França se situa perto dos cinco mil milhões de euros.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes