A partir desta semana a Google vai começar a penalizar os sites que disponibilizam conteúdos que infrinjam os direitos de autor, através da redução da importância desses endereços nos seus rankings de pesquisa, dando lugar à valorização dos sites que incluam conteúdos próprios.


Através do seu blogue oficial, o gigante norte-americano anunciou ontem que vai introduzir cerca de 200 novos sinais nos seus algoritmos de pesquisa, a partir dos quais os sites que sejam alvo de "elevadas" denúncias, válidas, sobre utilização de conteúdos ilegais, serão automaticamente despromovidos na tabela de resultados. A Google não esclarece, para já, o número necessário de denúncias para agir em conformidade com as novas regras.


A medida promete uma nova guerra contra sites que reproduzam conteúdos ilegítimos e que, segundo a Google, apenas nos últimos 30 dias contabilizaram cerca de 4,3 milhões de URLs denunciados pelos detentores de direitos de autor.

"Estamos agora a receber e a processar mais notificações diárias para remoção de conteúdos ilegítimos do que o fizemos em todo o ano de 2009" refere a Google no seu blogue, confirmando que irá usar esses dados como um sinal nos seus rankings de pesquisa.


Numa tentativa de tornar o processo mais claro, a empresa mantém uma página com informação sobre mais de 128 mil endereços, listados como aqueles que foram alvo demais denúncias.


No entanto, a nova decisão da Google pode abrir precedentes perniciosos relativamente à concorrência entre sites, já que um determinado endereço poderá fazer notificações a denunciar um outro, sem que tenha plena legitimidade legal sobre o que está a denunciar.


Razão que levou a Google a tentar acautelar a situação ou, pelo menos, a salvaguardar a sua própria posição: "apenas os detentores dos direitos de autor sabem se os conteúdos são autorizados ou não, e apenas os tribunais podem decidir se esses mesmos direitos foram infringidos; a Google não pode determinar se um uma página web específica viola, ou não, as leis de copyright. Deste modo, apesar destes novos sinais influenciarem o ranking de alguns resultados de pesquisas, não iremos remover quaisquer páginas dos nossos resultados a menos que recebamos uma denúncia válida dos reais detentores dos direitos de autor.


A medida anunciada pela Google já provocou reações por parte de sites especializados em pesquisa e técnicas de SEO, como o Search Engine Land, que acusa a Google de beneficiar sites próprios em prol da concorrência com as novas regras, sobretudo o YouTube.


Situação já desmentida por um representante da empresa: "estamos a tratar o YouTube como qualquer outro site nos nossos resultados de pesquisa; não esperamos que esta mudança vá degradar os resultados dos sites mais populares com conteúdos gerados pelos próprios utilizadores.

Soube-se também no último fim de semana que a Google planeia despedir 20% da força de trabalho da Motorola Mobility, empresa que adquiriu. A percentagem corresponde a cerca de 4 mil trabalhadores em todo o mundo.

A medida não tem impacto em Portugal onde a Motorola mantém apenas a Motorola Solutions, ainda que com a gestão da maioria das operações feita a partir de Espanha. A divisão de mobilidade já tinha feito o mesmo percurso e atualmente não tem uma estrutura local, ao que o TeK conseguiu apurar.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico