O diretor da Roskomnadzor, o órgão russo responsável pela supervisão e monotorização da comunicação, acusou as três gigantes da Internet de cometerem “ações ilegais” por “ignorarem as exigências” da Rússia sobre o controlo de conteúdos e ameaçou introduzir sanções contra as empresas americanas.

“Cartas desse tipo tornaram-se uma prática comum na nossa comunicação com as empresas de Internet estrangeiras”, declarou o porta-voz da Roskomnadzor, Vadim Ampelonski. Esperamos que, nesse caso, as empresas respondam e cumpram as exigências que lhes têm sido repetidamente apresentadas”, acrescentou, como citado no The Moscow Times.

No início do mês, o vice-diretor da agência, Maksim Ksendzov já tinha exigido às três tecnológicas que excluíssem qualquer conteúdo que contivesse "chamadas para protestos em massa [ou] realização de atividades extremistas”.

Adicionalmente, Ksendzov também pediu às empresas para que fornecessem informações sobre o número de visitantes de determinadas páginas. Tal requisito foi motivado por uma lei promulgada no verão de 2014, segundo a qual os blogs que recebem mais de 3.000 visitantes por dia devem registar-se como “mass media”.

De acordo com o The Guardian, a lei diz que a agência pode multar até 5.400 euros, aproximadamente, uma organização que violar os termos. No entanto, numa segunda infração, a multa pode ascender até aos 9.000 euros, aproximadamente, ou poderá resultar numa suspensão de 30 dias.

Sendo os meios de comunicação russos controlados pelo Estado, muitos opositores do governo escolhem as redes sociais para manifestar as suas opiniões e agendar protestos. Por essa razão, Moscovo tem procurado controlar o que é publicado especialmente após a queda da administração do Kremlin.

Só na segunda metade do ano de 2014, o Facebook já bloqueou 55 páginas a pedido da agência de supervisão da comunicação russa. No entanto, este continua a ser um número que não satisfaz as exigências do governo russo.


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