A Google continua a desenvolver o seu plano para eliminar os cookies de terceiros no Google Chrome através do Privacy Sandbox. A gigante tecnológica revela que tem vindo a fazer uma série de mudanças às suas propostas e vai passar a dar à Competition and Markets Authority (CMA), a autoridade britânica da concorrência, um maior papel no processo.
A decisão surge após a CMA ter lançado uma consulta ao projeto em junho deste ano para verificar se a proposta teria consequências negativas para a concorrência no mercado da publicidade digital.
De acordo com a Google, as revisões que fez à proposta inicial do Privacy Sandbox sublinham o seu compromisso no que toca a garantir que as mudanças feitas ao Chrome se aplicarão da mesma forma a todos os seus produtos na área da publicidade digital, assim como aos de terceiros. A empresa indica ainda que a CMA vai passar a monitorizar o desenvolvimento e design de APIs do Privacy Sandbox.
A Google compromete-se a assegurar que não explorará o Privacy Sandbox para ganhar vantagem relativamente a outros players no mercado, recorrendo a uma ajuda da CMA para monitorizar o processo.
Entre as mudanças destaca-se ainda uma clarificação acerca dos limites no uso de dados por parte da empresa. A CMA indica que vai agora recolher feedback acerca das mudanças propostas pela Google até ao dia 17 de dezembro.
Recorde-se que, em outubro, a Google voltou a fazer mudanças à timeline de implementação dos seus planos do Privacy Sandbox. Inicialmente, os testes mais alargados da tecnologia FLoC (Federated Learning of Cohorts), assim como da tecnologia FLEDGE, decorreriam a partir do último trimestre de 2021. Porém, de acordo com as alterações feitas pela empresa, o período de testes foi adiado para o primeiro trimestre de 2022.
Na prática, a tecnologia FLoC atribui a cada utilizador um número de identificação único, o FLoC ID. O número anónimo é depois agrupado a um conjunto de outros FLoC IDs com interesses de navegação semelhantes.
Segundo a Google, o método permite “esconder” os indivíduos numa multidão virtual, tendo como base o processamento no dispositivo de forma a manter o histórico de navegação individual privado. A empresa explica que o conjunto (“cohort” em inglês) em que o utilizador se enquadra não é algo fixo e muda consoante os seus hábitos de navegação no browser. Os dados agregados acerca dos interesses dos diferentes conjuntos serão depois vendidos a anunciantes.
Embora a empresa afirme que a tecnologia é vantajosa, a decisão de implementá-la levantou polémica e há quem afirme que acaba por ser tão intrusiva quanto os cookies de terceiros e que poderá trazer implicações para a privacidade dos utilizadores.
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