Entre as novidades, que têm sido divulgadas durante esta semana por vários meios de comunicação internacionais, estão a maior facilidade na remoção dos conteúdos incluídos no Google News por parte de quem os produz, e a possibilidade de limitar o número de notícias gratuitas a que os utilizadores podem ter acesso a um máximo de cinco por dia.

Depois de na terça-feira ter anunciado a possibilidade da restrição do número de acessos gratuitos a artigos que normalmente seriam pagos, a empresa deu ontem a conhecer mais uma medida, destinada a quem vê os seus conteúdos incluídos no Google News.

Os editores passam a poder bloquear automaticamente o acesso aos seus artigos a partir do serviço de notícias da Google. O bloqueio poderá ser feito directamente pelos próprios acrescentando código da sua página, deixando de ser necessário contactar a Google através de um formulário online, como acontecia até agora.

As alterações surgem na sequência de críticas por parte dos editores de conteúdos jornalísticos. A empresa estava a ser acusada de lucrar (com a publicidade) ao promover o acesso gratuito, a partir do seu motor de busca e do Google News, a conteúdos pagos.

No que respeita à possibilidade de imposição de um número máximo de acessos diários, fonte da Google explicava que até agora cada "click" era processado como um acesso gratuito, por isso os leitores podiam aceder sem pagar a conteúdos jornalísticos normalmente cobrados, bastando para isso procurar no Google a página onde se encontrava o artigo em questão.

A partir de agora, o programa First Click Free (primeiro click grátis), disponibilizado pela empresa, passa a permitir aos proprietários dos conteúdos restringirem o número de acessos gratuitos às suas páginas a um máximo de cinco por dia. Ultrapassado esse limite, o programa sugere ao utilizador que se registe para beneficiar desses conteúdos.

A empresa acredita que assim vai também contribuir para promover o encontro entre os leitores assíduos de determinado tipo de conteúdos, que potencialmente estarão interessados em pagar por eles para uma utilização regular, e os responsáveis pela disponibilização, adiantando ainda que se encontra em diálogo com os editores para "afinar" os métodos.

A Google vinha sendo alvo de críticas por ganhar dinheiro com o jornalismo, ao ganhar utilizadores e consequentemente investimento em publicidade, por promover o acesso gratuito a artigos que normalmente seriam cobrados - e pelos quais também não pagava. Recentemente Ruper Murdoch, dono da News Corp., tinha vindo a público acusar a empresa de "lucrar com o jornalismo".

Dean Singleton, da MediaNews Group Inc., ouvido pelo Wall Street Journal, já classificou as últimas noviddes da empresa como um "indício de boa fé".

Coincidência ou não, também durante o dia de ontem foi dado a conhecer um desmentido por parte da Microsoft sobre as intenções de pagar às empresas de media para que estas retirassem os seus conteúdos do Google. A polémica medida tinha sido veiculada a semana passada e era apontada como mais uma investida da empresa de Redmond no sentido fortalecer a posição do Bing no mercado dos motores de busca.