A informação é revelada de forma discreta pelo The Guardian, mas é recuperada com destaque pela BBC. As publicações britânicas falam na remoçãode um link da Wikipedia dos motores de busca da Google na Europa, uma decisão que a confirmar-se vem colocar de novo em causa os limites do direito a ser esquecido.



Este será alegadamente a primeira hiperligação da enciclopédia que vai ser removida pela gigante norte-americana a propósito da obrigação imposta pela justiça europeia. E as questões sucedem-se: pode a Google limitar os utilizadores de acederem a um serviço que é gratuito e universal?; pode a Google condicionar os utilizadores na busca pelo conhecimento?; pode a Google colocar em causa o 19º artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem?



Enquanto a empresa de Mountain View já se mostrou várias vezes descontente com o seu próprio trabalho, fruto da decisão, o fundador da Wikipédia é também ele um grande crítico do direito a ser esquecido – em que os utilizadores podem pedir que os conteúdos online que coloquem em causa a sua imagem e nome possam ser apagados dos motores de busca europeus.



Jimmy Wales considera que a decisão do regulador europeu é demasiado confusa e sujeita a várias interpretações para poder funcionar em condições.



A Google já removeu cerca de 100 mil links dos motores de pesquisa europeus ao abrigo do direito a ser esquecido. Entre os links que foram removidos estão alguns de meios de comunicação online.



De Portugal foram feitos 683 pedidos, de acordo com os últimos números oficiais avançados pela empresa.



Isto numa altura em que a Google – e não só - está de novo sob a mira dos responsáveis europeus para que o bloqueio de links seja feito em todos os motores de busca da Google e não apenas nos que estão disponíveis na Europa.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico