O caso na Alemanha remonta a 2010, e depois de terem sido levantadas várias questões relacionadas com o registo efectivo de imagens pelo Street View.

A dada altura, as autoridades alemãs perceberam que o serviço de mapeamento não andava apenas a fotografar as ruas, pessoas, residências e veículos, mas recolhia e guardava ao mesmo tempo dados Wi-Fi desprotegidos.

Apesar das acusações iniciais terem partido da procuradoria-geral, foi a Comissão de Protecção de Dados de Hamburgo que avançou com o processo, contando com a colaboração da própria gigante da Internet, que cedeu os discos rígidos que continham os dados recolhidos através do Street View em Hamburgo.

Desta forma, provou-se que, entre 2008 e 2010, a Google "não só fotografou as ruas e as casas para o seu serviço Google Street View, mas também acedeu a dados através de redes wi-fi", incluindo contas de email, palavras passe, fotografias e mensagens, pode ler-se no comunicado da decisão.

A multa imposta pela Comissão de Protecção de Dados de Hamburgo e compreende igualmente uma ordem para a eliminação imediata dos dados recolhidos. O valor imposto tem sido críticado, por ser considerado infimo, dada a capacidade financeira da Google.

De acordo com a entidade alemã, a multa está dentro dos valores aplicados nos casos onde fica provado que o acesso aos dados pessoais não foi intencional.

Além de Hamburgo, há mais regiões alemãs a ponderarem investigar a Google sob as mesmas acusações.

O Street View e o seu método de recolha de imagens foram postos em causa em várias geografias, Portugal incluído, e em vários momentos, obrigando a Google a algumas cedências. Mais recentemente, a empresa anunciou um acordo amigável com 38 estados norte-americanos, no valor de sete milhões de dólares, para evitar ser processada pela recolha de dados Wi-Fi. Em março de 2011 foi multada em França, em 100 mil euros, pelos mesmos motivos.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico