Mais de 1,5 milhões de britânicos terão hoje a oportunidade de exercer o seu direito cívico em 17 eleições locais mediante o recurso ao sistema de voto electrónico, noticiou o jornal International Herald Tribune. As urnas electrónicas estavam já abertas desde ontem em alguns distritos-piloto. Contudo, os especialistas em segurança informática receiam o perigo e o convite à fraude que estes sistemas representam.
Os projectos piloto da Grã-Bretanha na votação por computador - que incluem a possibilidade de votar online através da Web - são os mais recentes exemplos da tendência que se assiste actualmente em vários países europeus no sentido de adoptarem tecnologias e sistemas de voto electrónico, por forma a aumentarem a eficácia, velocidade e facilidade da votação e, principalmente, em consequência, diminuir a abstenção e aumentar a participação.
Já se realizaram anteriormente experiências de voto electrónico na Suécia, Suiça e França, bem como na Grã-Bretanha. A Holanda, Itália, Alemanha, Estónia e a União Europeia anunciaram que pretendem introduzir a opção desse tipo de votação. O voto electrónico foi também testado em vários estados norte-americanos, impulsionado pelo menos em parte devido ao fracasso do acto eleitoral na Flórida durante as eleições presidenciais de 2000.
De acordo com os especialistas em segurança informática, em todos os actos eleitorais electrónicos realizados até agora na Europa e na maior parte dos que foram efectuados nos Estados Unidos, os sistemas empregues foram vulneráveis a ataques e podiam ter sido manipuladas de uma forma imperceptível que teria tornado impossível determinar se os resultados de uma eleição foram alterados, quer por acidente ou intencionalmente.
Em termos específicos, a votação pela Internet poderia ter sido afectada por um ataque de negação de serviço, prejudicando os servidores informáticos que registam os votos, contra o qual não se conhece qualquer tipo de defesa, e que poderia eliminar um certo número de votos. Para além disso, dado que os eleitores utilizam os seus próprios computadores, os responsáveis pelo acto eleitoral não possuem controle sobre que tipo de software está instalado nessas máquinas ou que vírus podem estar alojados nelas e que poderão ser activados numa eleição de forma a modificar os votos.
O problema básico nos actuais sistemas de voto electrónico consiste, de acordo com os peritos, na ausência de uma opção que permitisse aos eleitores verificarem por si próprios em tempo real que o seu voto foi registado e contabilizado da forma como pretendiam. Para além disso, é necessário existir uma mesa pública de voto electrónico que possa verificar que o total dos votos anunciados é um cálculo rigoroso de todos os votos recebidos.
Todas estas medidas devem ser efectuadas de uma forma que mantenha o secretismo do boletim de cada indivíduo. Cerca de 500 cientistas de computação nos Estados Unidos assinaram uma resolução avisando que nenhum sistema de voto electrónico deve ser adoptado sem primeiro implementar estas protecções.
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