Recentemente, a morte de Masha Amini, jovem iraniana de 22 anos, após ter sido detida pela polícia por alegadamente usar o hijab de forma incorreta, deu origem a uma onda de protestos no Irão. Uma nova investigação da Check Point Research revela que existem vários grupos de hackers que estão a recorrer a aplicações como Telegram e Signal, assim como à Dark Web, para ajudar os manifestantes a contornar as medidas tomadas pelo regime iraniano, que está a restringir fortemente o acesso à Internet.

Os especialistas detalham que os grupos estão a permitir que as pessoas no Irão comuniquem entre si, partilhando notícias sobre o que se passa em diferentes locais, que é o que o governo está a tentar fazer a fim de apagar as "chamas"  dos protestos.

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Entre as principais atividades observadas pelos investigadores da Check Point Research destacam-se a fuga de de dados que podem ajudar na luta contra o regime no Irão, incluindo números de telefone e e-mails de oficiais, e mapas de locais sensíveis. Foi também possível detetar a partilha de servidores VPN abertos para contornar a censura e relatórios sobre o estado da Internet no país.

Note-se, no entanto, que também existem alguns grupos de hackers que estão a tentar lucrar com a situação e vender informações do Irão e do Regime.

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Como afirma Liad Mizrachi, Security Researcher na Check Point Software, os investigadores começaram a observar a atividade destes grupos "um dia depois de os protestos terem começado". "Estes grupos permitem que as pessoas no Irão comuniquem uns com os outros, partilhem notícias sobre o que se passa em diferentes locais. Vamos continuar a acompanhar a situação", detalha o especialista.

Recorde-se que, ainda esta semana, o Irão acusou os Estados Unidos de tentarem violar a sua soberania depois de Washington ter autorizado empresas tecnológicas a expandirem os serviços no país em resposta às restrições da Internet para refrear os protestos.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 13h42)