De acordo com a Ernst & Young (EY), existe uma falha de segurança no segmento das criptomoedas que está a causar grandes prejuízos a milhares de investidores. Segundo a consultora londrina, o problema reside nas ofertas iniciais de moeda (ICO) não regulamentadas, que criam contextos favoráveis ao roubo de quantias volumosas de dinheiro.
O estudo, que analisou 372 ICOs realizadas entre 2015 e 2017, concluiu que pelo menos 10% das receitas geradas nestas iniciativas foi roubado por hackers - em média, 1,5 milhões de dólares por mês. A isto, junta-se ainda a exposição dos dados pessoais dos investidores, como moradas, números de telefone, dados bancários e números de cartões de crédito.
As ICOs, que são uma forma de angariar dinheiro para o lançamento de uma nova moeda digital, consistem na venda das primeiras unidades de uma dada moeda a um número restrito de investidores iniciais. A moeda de troca é geralmente composta por outras criptomoedas, sendo que o Bitcoin é a mais utilizada. Dada a prematuridade dos projetos, as transações ocorrem geralmente em contextos de pouca segurança.
Nestes casos, o phishing é uma das técnicas mais populares junto hackers.
"Os hackers sentem-se atraídos pela adrenalina da novidade, pela inexistência de uma autoridade central e pelo facto de as transações de blockchain serem irreversíveis", escreve a EY, acrescentando que o número e a frequência dos ataques tem vindo a aumentar.
A consultora considera que este fenómeno é amplamento justificado pela ausência de segurança e regulamentos mais estritos no universo das criptomoedas.
Em contraste, a EY adianta ainda que a popularidade desta fintech tem vindo a diminuir. Se em junho de 2017, 93% dos projetos apresentados atingiram a meta estabelecida de financiamento, em novembro, apenas 23% conseguiu reunir o dinheiro pedido.
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