O YouTube foi a sua primeira “casa” na área da comunicação, mas hoje assume a sua paixão praticamente imbatível pela rádio. Fábio Lopes, mais conhecido por todos por Conguito, conversou com o SAPO TeK, numa viagem pelo tempo. Quanto a perspetivas de futuro, os objetivos estão bem claros para o locutor de rádio na Mega Hits e um deles envolve outra das suas maiores paixões, a música.

Agora com 25 anos, quando era mais novo Fábio Lopes tinha na “mira” a televisão, com o Curto Circuito a ser a sua principal referência, muita graças à sua irmã. Curiosamente, chegou mesmo a ser apresentador no programa da SIC Radical.

A ligação com a música surge também no “ADN” de Conguito. “Sempre gostei imenso de ir a festivais e de vibrar com reportagens nesses eventos”, conta. E mesmo quando ainda era muito novo para ir a festivais, mais uma vez a sua irmã surge como uma influência. “Foi sempre algo que me fascinou”, assume Fábio Lopes, esclarecendo, no entanto, que à medida que foi crescendo não pensou que o seu percurso iria passar obrigatoriamente pela televisão.

O futebol também fez parte da infância de Fábio Lopes, sendo precisamente daí que surge a alcunha “Conguito”. A ideia veio de um colega e o também diretor da revista de música jamm achou por bem manter essa alcunha quando em 2011 criou o seu canal de YouTube. “Eu não queria ser o Fábio, não me queria expor na Internet dessa forma”, conta.

Quando a frustração na escola leva à criação do canal de YouTube

No 9º ano a escolha da área que queremos seguir é inevitável e, para Fábio Lopes, essa sua opção foi o “primeiro choque” da sua vida. Com a matemática a ser o seu “pesadelo”, a decisão de seguir o curso de ciências e tecnologias no secundário em 2010, por influência dos amigos que também o fizeram, revelou-se complicada.

Não demorou muito para Conguito criar o seu canal de YouTube em 2011, onde partilhava algumas das suas frustrações. Os “dramas” envolviam, por exemplo, os testes de matemática que correram mal e muitos jovens identificaram-se com Fábio Lopes, numa altura em que eram poucos os jovens portugueses que estavam no YouTube.

Começando a perceber que, apesar de não ser igual à televisão, o YouTube era uma “plataforma gigantesca”, Conguito passou a explorar mais a plataforma da Google e a dedicar-se mais ao seu canal. Isto apesar de ainda não se ganhar dinheiro através do YouTube.

Passados quase 10 anos depois, Fábio Lopes assume que o seu canal é diferente daquele que criou em 2011, com o crescimento inevitável de qualquer pessoa a significar novos “dramas”. “Passou de um adolescente que tinha problemas com a escola e testes para um jovem com frustrações com as finanças”, exemplifica.

“O meu canal de Youtube passou a ser uma espécie de diário, onde partilhava e partilho as minhas dúvidas, inseguranças ou conquistas”, explica Conguito

Fábio Lopes assume, no entanto, que não publica vídeos no seu canal há cerca de dois anos. “Não tenho publicado porque sinto que não é o tempo para estar a publicar vídeos, até porque estou em diversas plataformas, que podem ser a rádio, ou a televisão ou o Instagram”.

Ainda assim, garante que não pretende apagar o canal, algo que revela ser muito importante para si. “Apesar de agora não publicar vídeos amanhã posso voltar a ser ativo”, explica.

"Sempre disse em tom de brincadeira que vou ser youtuber até ser avô"

Um novo mundo que colocou o YouTube noutro plano. A rádio é onde a "magia" acontece

A verdade é que o YouTube quase que perdeu espaço para Fábio em relação a outras plataformas. "É como se eu fizesse quatro horas de YouTube na rádio diariamente", conta, com o Instagram e o Twitter a ajudarem também neste sentido.

Assumindo que não consegue viver sem música, Fábio Lopes garante que a partilha de conteúdos nas redes sociais, nomeadamente nesta área, acontece de forma bastante natural. “Já faz parte do Conguito ter essa componente musical, que apesar de não produzir música consome música freneticamente e, isso, (playlists) também faz sentido partilhar com as pessoas que o seguem”, conta.

“É quase como se a música me acompanhasse em todos os momentos e em todas as plataformas”

Mas qual é o objetivo que o locutor da rádio ainda quer cumprir? “Falta sentar-me numa cadeira e ter ao meu lado o meu grande ídolo Tyler, the Creator”, confessa. Uma conversa sobre música é o "ultimate goal" para Conguito.

Até lá, o jovem português gostaria de continuar a participar em alguns projetos, sejam na rádio ou na televisão. “Sei que ainda tenho alguma coisa para aprender e mostrar em televisão”, garante. No digital pretende continuar com as suas “aventuras”: viajar para assistir a concertos, ir a festivais em Portugal e aos backstages conversar com artistas.

Quando confrontado com o dilema "rádio vs digital", Conguito não tem dúvidas, fazendo referência a uma "magia" que se sente quando se está num estúdio a falar e a ser ouvido por milhares de pessoas. "Muito dificilmente trocaria a rádio por alguma coisa, só para me sentar com o Tyler, The Creator durante algumas horas". "E, mesmo assim, até o convidava para que a conversa fosse na rádio", brinca.

O digital aproximou-nos de alguma maneira, mas ainda há uma magia na rádio, uma imagem que se cria, um mundo de fantasia que é maravilhoso

Mas, acima de tudo, Conguito pretende assegurar às pessoas que vieram de onde veio que é possível. “Gostava que as pessoas olhassem para mim e pensassem num belo caso de luta, preparação e que comprovasse que podemos trabalhar para ser um dos melhores e que isso acabará por trazer resultados".

É neste sentido que o jovem português quer também que a possível conotação negativa associada ao nome “Conguito” deixe de existir. “Sei que tem essa conotação negativa para algumas pessoas e o meu foco é que eu consiga trabalhar tanto e tão bem para que essa ideia deixe de pesar tanto quando se fala nisso”.

Não perca as principais novidades do mundo da tecnologia!

Subscreva a newsletter do SAPO Tek.

As novidades de todos os gadgets, jogos e aplicações!

Ative as notificações do SAPO Tek.

Newton, se pudesse, seguiria.

Siga o SAPO Tek nas redes sociais. Use a #SAPOtek nas suas publicações.