André Nunes, conhecido como Possessivo, tem 31 anos e vive “no mundo da internet” a full time há três anos, como atividade principal. Desde muito cedo que demonstrou uma veia empresarial e empreendedorismo e já fez “mil e uma coisas”. Mas descobriu que sua vocação é a comunicação e o entretenimento, além da música que faz dentro do género RAP. Atualmente passa mais tempo na Twitch, onde faz streams a tempo inteiro desde há três anos, apesar de ter feito várias atividades online na última década.
Além da Twitch também utiliza o seu canal do YouTube para guardar os conteúdos e também o Instagram, mas é na plataforma de streaming da Amazon que gosta mais. O seu conteúdo é normalmente conversa com o seu chat, falando de assuntos atuais que surgem, seja política ou futebol, conforme os tópicos mais quentes do momento. Tem ainda uma rúbrica de Freestyle, onde canta rimas com palavras sugeridas pela sua própria audiência no Chat.
Também joga videojogos, mais focado em GTA, assim como streams IRL (filmagens no mundo real). O SAPO TEK apanhou exatamente Possessivo na Alemanha, enquanto faz a cobertura do Euro 2024, para a Betano, da qual é parceiro. A marca escolheu Possessivo para ser o repórter da marca no europeu, onde cria conteúdos em vídeo e interage com as pessoas nas ruas a oferecer brindes e a diverti-las.
O nome artístico e persona online Possessivo surgiu quando tinha cerca de 13 anos e criou a sua primeira música de RAP. “Precisava de um nome artístico e vi no dicionário a palavra, nem sabia o que significava, mas suou bem e ficou desde sempre”. Desde cedo que começou a trabalhar e apesar de se considerar uma pessoa inteligente não quis prosseguir os estudos.
A sua família sempre teve negócios e aos 15 anos já geria um parque para crianças, criado pelos pais, onde organizava aniversários. Também vendeu merchandising e organizava festas na sua terra. “Com 12 anos gravava cassetes com anedotas do Fernando Rocha e andava na rua a vender a amigos e família”. André Nunes nasceu nos Estados Unidos, em Washington DC, onde os seus pais eram emigrantes. Mesmo neste país fez diversas atividades, incluindo o trabalho num supermercado e também jogou futebol, num clube da Washington Premier League e em Portugal no Olhanense. Mas as lesões obrigaram a pendurar as chuteiras e tirou uma formação para ensinar os miúdos a prática do desporto.
No regresso a Portugal, apostou nas redes sociais, criou lojas online de roupa com a sua marca e adquiriu os direitos de outras, juntando nove ao seu catálogo de marca própria Portal Key. Como rapper lançou três CDs até agora, mas nunca teve grande destaque, era algo muito regional. Prefere destacar a sua veia de entertainer, onde é convidado para tocar em diversos locais. Acredita que deve estar em todas as frentes para que o seu nome cresça. Cantar é um pretexto para interagir com o público, gosta de pegar no microfone e puxar pela plateia. Exemplo disso foi ter sido convidado para o Rock in Rio em 2022 para o palco de gaming, mas também nas semanas académicas e outros trabalhos.
Casamento transmitido ao vivo na Twitch para mais de 30 mil pessoas
Um dos seus projetos mais recentes foi o seu casamento. Não apenas a responsabilidade do compromisso da sua noiva e agora esposa Catarina, mas a decisão de transmitir a cerimónia e o copo de água no seu canal da Twitch. O casamento, realizado a 8 de junho, na Igreja de Altura, recebeu mais de 400 convidados, entre amigos e familiares. Mas a sua comunidade também conseguiu assistir por streaming, numa transmissão com mais de 12 horas, somando mais de 30 mil pessoas a assistir, contando com uma média de 1.496 espetadores e pico de 2.439.
Para a transmissão, a One Media Group, agência que representa Possessivo, foi criada uma régie de vídeo na Quinta do Sobral, o local do copo de água. O evento contou com seis câmaras que filmaram a chegada do noivo nos carrinhos turísticos à dança dos padrinhos que serviu como encerramento da transmissão.
Ao SAPO TEK explicou que a decisão de transmitir o casamento se deve ao facto dos streamers serem pessoas abertas. Quando conversa com os seus seguidores criam-se laços, as pessoas conhecem bem os streamers. “Por vezes faço lives de seis a oito horas e as pessoas gostam de ti. O casamento é uma celebração linda, que quis registar para mim, mas também para todos”.
O criador de conteúdos diz a transmissão está toda guardada para si e nas memórias de quem seguiu ao vivo. Agora vai começar a publicar pequenos clips dos melhores momentos nos seus canais. “Gosto de organizar coisas que causam mais impacto, quer seja um dia especial para mim, mas também para todos os que me seguem”.
Além das marcas associadas que patrocinaram este evento, a transmissão na Twitch também angariou cerca de 2.500 euros em doações diretas de quem assistia online, que André Nunes diz que deu para pagar as despesas da régie e os profissionais que garantiram a transmissão, incluindo operadores de câmara e fotógrafos. Para André Nunes os objetivos propostos foram superados, sobretudo a nível da média de pessoas que assistiram.
André Nunes ressalva que apesar da transmissão ao vivo, foi feito tudo para respeitar a privacidade dos cerca de 400 convidados que estiveram no casamento. Não se meteram microfones nas mesas para não captar conversas, mesmo as câmaras estavam colocadas de forma a não serem intrusivas. No entanto, ressalva que muitos dos convidados não se importaram com as câmaras, pelo contrário, interagiam com as mesmas sempre que possível.
Relativamente a projetos futuros, pretende continuar a fazer o que faz, dividindo-se entre host e apresentador. Tem um projeto chamado Time Traveller, onde juntamente com um DJ mistura o trabalho de apresentador com animador de festas. Pretende também explorar o YouTube e neste momento está a modificar um armazém para fazer um estúdio. Fazer mais destes eventos grandes, como casamentos, corridas de karts ou mesmo tipo “jogos sem fronteiras” com transmissão na Twitch está nos seus planos. Continua também a explorar a sua marca de roupa, agora que encontrou recentemente um parceiro que trata de toda a logística e produção dos produtos, cabendo a si fazer a promoção dos mesmos.
Para os seus seguidores deixa uma palavra de agradecimento, referindo que quem está de fora não tem noção da dimensão das comunidades geradas na Twitch. “É uma comunidade incrível, que não esperava ter na vida. Estão lá sempre para apoiar, quando apresenta uma marca nova, apoiam, comprando os produtos. É incrível, estou muito feliz”. No entanto, deixa a dica que depois do sonho de todos quererem ser jogadores de futebol (ainda há muitos), agora todos os miúdos querem ser streamers. A estes aconselha encontrarem o seu caminho mediante as suas qualidades, “pois não podes cantar se não tiveres jeito”. Mas o segredo é não imitar os outros, serem elas próprias, pois de forma contrária não vai resultar por muito tempo.
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