A Number Resource Organization (NRO) anunciou hoje que a disponibilidade para novos endereços de IP suportados no protocolo IPv4 é agora de menos de 10 por cento.

O organismo, que monitoriza o sistema de registos IP, estima que até 2012 seja atingido um ponto de saturação e alerta para a necessidade de migração para o IPv6.

"É vital que a comunidade tome medidas que garantam a adopção do IPv6. As limitações do IPv4 não nos garantem os recursos necessários para atingirmos a ambição de um acesso global à Internet", afirma em comunicado o presidente do conselho de administração da NRO, Axel Pawlik.

O responsável explica que o IPv4 chegou a "um momento crítico de exaustão" e aponta o IPv6 como a "infra-estrutura chave" que vai permitir o desenvolvimento da rede, para que esta seja capaz de fornecer suporte para os milhares de milhões de pessoas e equipamentos que se vão "ligar" nos próximos anos.

O organismo encoraja todos os agentes a tomarem partido na adopção no novo protocolo, nomeadamente as empresas, garantindo a instalação de equipamentos e software que garantam acessibilidade ao IPv6, os governos, optando por esta via no que respeita à disponibilização online dos seus serviços e conteúdos, e a sociedade civil, exigindo dos prestadores de serviços soluções com suporte para o novo protocolo.

"Há pouco tempo para fazer a transição mas é suficiente para as equipas de IT preparem e testarem a mudança antes de 2012, ao invés de entrarem em pânico no último momento", disse o responsável à Vnunet.

Os responsáveis dizem que a campanha desenvolvida tem apresentado resultados positivos e em 2009 o número de endereços que adoptaram o IPv6 cresceu 30 por cento. Mas, ainda assim, "há muitos decisores que não têm noção da quantidade de dispositivos que necessitam de um endereço IP", o que faz com que o número de endereços IP disponíveis no IPv4 esteja a "encolher rapidamente", alerta o secretário do NRO, Raul Echeberria, que teme as "graves consequências" que podem advir do não reconhecimento desta realidade pela comunidade.

O IPv4 é o protocolo IP usado desde 1984 e há vários anos que os responsáveis pela monitorização dos registos vêm alertado para a sua saturação com o número crescente de serviços e dispositivos ligados à Internet e identificados através de endereços IP.

O IPv6 apresenta uma capacidade quase ilimitada de suporte de endereços e foi desenvolvido para comportar também um conjunto de novas aplicações que são mais fáceis de gerir no novo sistema.

Em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países da Europa, o novo protocolo já está a ser utilizado em infra-estruturas como a Rede Ciência Tecnologia e Sociedade (RCTS), uma rede de alto desempenho dedicada à investigação e ensino.

De acordo com informação divulgada ainda em 2007 num encontro do ICANN, também os operadores nacionais se têm vindo a preparar para o IPv6 e a maioria tem as redes capacitadas para a migração, tendo optado por aproveitar os upgrades às redes para introduzir equipamentos que suportem o novo protocolo.

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