O presidente do grupo da Comissão Europeia para as questões da privacidade dos dados, Peter Scharr, considera que quando um endereço IP (Internet Protocol) serve para identificar uma pessoa este deve ser tratado como informação pessoal.



A visão foi partilhada num evento que reuniu vários membros da indústria, criado com o objectivo de dar ao grupo europeu elementos para produzir um relatório sobre o tema da protecção de dados, no âmbito das pesquisas na Internet.



O comissário alemão admite que nem sempre um endereço IP conduz a uma pessoa, como num cibercafé ou num escritório onde muita gente usa o mesmo PC, mas defende que estas são excepções à regra e considera que na maioria dos casos um IP é usado para chegar a um nome de uma pessoa ou empresa.



Se a opinião do comissário, que integra um grupo onde se fazem representar os vários países da UE se tornar a visão da Comissão Europeia isso pode significar novas medidas, mais restritivas, para os motores de busca e para a forma como estes tratam a informação dos seus utilizadores.



No seminário público a Google aproveitou para voltar a fazer passar a mensagem que tem transmitido desde o início do processo de avaliação do seu negócio com a DoubleClick. A empresa sublinha que para as autoridades europeias deveriam estar em causa questões de competitividade e não da privacidade, já que a legislação existente e os limites contratuais prevenirão qualquer tentativa de utilização dos dados de consumidores da DoubleClick pela Google.



Peter Fleischer, representante da empresa no seminário público organizado pelo Parlamento Europeu, recorda que nos Estados Unidos a questão da privacidade já foi há muito ultrapassada, razão pela qual a empresa não compreende porque continua na agenda europeia.



O mesmo responsável sublinhou que a Google não reúne dossiers de informação sobre os utilizadores, mas apenas usa as palavras das pesquisas que estes realizam para escolher o melhor anúncio a exibir.



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