O V Relatório Anual Unicre/Vector21 revela que as lojas online portuguesas preocupam-se cada vez mais em delinear estratégias que lhes permitam estar bem posicionadas no mercado externo. Os dados apurados pela empresa de estudos de mercado apontam para que metade das lojas de Internet nacionais já vendem para o estrangeiro, tendo em conta dados relativos ao segundo trimestre de 2003.



Das estratégias a pensar nos clientes internacionais são exemplo uma maior preocupação com a disponibilização em várias línguas dos conteúdos produzidos nos respectivos websites, ou mesmo o reforço da aposta no domínio .com, em detrimento do .pt. Esta opção foi já tomada pela maioria das lojas online portuguesas, garante o estudo, que aponta para uma quebra na utilização do domínio .pt da ordem dos 16 por cento. No que se refere ao domínio .com, o documento sublinha a passagem dos anteriores 277 endereços registados no ano passado para 374 endereços, o que representa um aumento de 35 por cento.



A segunda grande conclusão de "As Lojas Electrónicas Portuguesas" tem a ver com a importância do factor preço na definição das políticas comerciais das empresas. A Vector 21 acredita que a orientação comercial destas lojas, ao longo de 2003 teve por base a preocupação de fazer o consumidor encarar "o preço como uma vantagem competitiva", refere o documento.



A conclusão é apoiada por uma análise comparativa, face aos valores registados na edição anterior do estudo que revela um aumento de 13 por cento no número de lojas que recorrem a promoções para vender os seus artigos. Enquanto no anterior período analisado recorriam a estas práticas 30 por cento dos sites analisados, o último relatório detectou agora que 43 por cento dos 324 sites analisados praticam descontos promoções sazonais, promoções temáticas (do tipo produto do mês ou oferta do dia).



A Vector 21 apurou ainda que a maioria das lojas electrónicas portuguesas se situam nos distritos de Lisboa, Poro e Faro por ordem decrescente com 30 por cento dos registos, 11,2 por cento e 10,3 por cento.



Os produtos mais comercializados são as "reservas em unidades de alojamento" serviço disponibilizado por 339 dos sites analisados, cerca de 45,3 por cento do total. Face aos valores apurados no estudo anterior é notório um crescimento de 28 por cento na oferta disponibilizada. Os produtos informáticos surgem no segundo lugar da tabela correspondendo a 28 por cento dos sites analisados (106 lojas).



A Vector 21 refere ainda o aumento de projectos autónomos que passaram de 463 para 572 entre as duas últimas edições do estudo, num crescimento de 24 por cento. Já os sites inseridos em centros comerciais ou portais diminuíram de 234 para 181 sites, num decréscimo de 23 por cento.



À semelhança de anos anteriores a Vector 21 aponta um conjunto de recomendações com base nas conclusões apuradas. Entre estas é feita uma recomendação à ACEP no sentido de "conceber uma aproximação aos CTT a fim de estabelecer um protocolo de intercâmbio, negociando vantagens específicas para o envio/expedição de encomendas provenientes do comércio electrónico".



A empresa de estudos de mercado considera desejável uma diminuição dos actuais tempos de entrega dos produtos e dos custos de envio, sugerindo ainda a criação de um Selo de Comércio Electrónico "aplicado apenas na expedição de encomendas satisfeitas por essa via".



No conjunto de conselhos às lojas de comércio electrónico contam-se o aumento das preocupações com a política de confidencialidade, melhorar a informação prestada ao consumidor, melhor assistência ao cliente e o reforço da aposta na disponibilização de formas de pagamento seguras.



O estudo da Vector 21/ UNICRE diz respeito ao período compreendido entre Setembro de 2002 e Setembro de 2003.



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