A iniciativa Internet.org, liderada pelo Facebook, pretende levar Internet até todas as pessoas do mundo, incluindo as que vivem em zonas remotas. Mas na última semana o projeto esteve debaixo de fogo depois de várias entidades da Índia terem retirado o apoio à iniciativa no país.

Em causa está a chamada "taxa zero", que consiste na utilização gratuita de Internet móvel, mas que restringe o acesso a sites. Isto é, os utilizadores não precisam de ter um pacote de dados, mas também não podem visitar todas as páginas Web que existem.

O acesso limitado está a gerar queixas contra a Internet.org, dizendo que o projeto não está em linha com a neutralidade da Internet. Apesar de haver um bloqueio de sites, não existe um direcionamento da capacidade de tráfego nuns serviços em detrimentos de outros. Se tecnicamente a acusação pode não ser a mais correta, moralmente e eticamente a ideia está lá.

E esse foi o motivo que levou Mark Zuckeberg, o diretor executivo do Facebook, a reagir publicamente às reações negativas contra a iniciativa que lidera.

O CEO da maior rede social do mundo está em total desacordo com as acusações feitas e reitera a ideia de que quer ter uma Internet "aberta".

"Mas a neutralidade da Internet não está em conflito com o trabalho para ter mais pessoas conectadas. Estes dois princípios - conetividade universal e neutralidade da Internet - podem e devem coexistir", salientou o CEO numa publicação na página pessoal do Facebook.

Zuckerberg continuou: "Se alguém não consegue pagar para ter ligação, é sempre melhor ter algum acesso do que nenhum".

O empreendedor norte-americano tocou depois na questão técnica da neutralidade da Internet, dizendo que o serviço disponibilizado de forma gratuita não está a "sufocar" outros serviços só para criar uma linha de acesso mais rápida.

O executivo do Facebook continuou ao ataque e deixou o aviso: "Eliminar programas que trazem mais pessoas para a Internet não vai aumentar a inclusão social ou acabar com a discrepância digital".


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