Tito de Morais criou o conceito e desde 2003 que é responsável pela sua consolidação e crescimento. A ideia desta iniciativa de âmbito familiar é ajudar famílias, escolas e comunidades a promover uma utilização ética, responsável e segura das Tecnologias de Informação e Comunicação por crianças e jovens, como o próprio define.



Em mais de uma década de atividades, Tito de Morais não consegue contabilizar as ações realizadas, ou o número exato de beneficiários dessa interação, mas garante que terão sido centenas de ações que, no terreno, complementam a informação veiculada através do site, tendo chegado a dezenas de milhares de alunos, país e educadores essencialmente.



Nesse percurso, destacam-se - entre as ideias sobre a segurança online que é preciso mudar - a convicção que os formadores encontram no terreno de que, algo que está na Internet é verdade, só porque lá está. Outro erro comum é a "ideia de que estamos perante um problema tecnológico que se enfrenta com tecnologia, esquecendo que o problema é fundamentalmente comportamental" e que depende, sobretudo, da forma como usamos a Internet, sublinha Tito de Morais.



O MiudosSegurosNa.net nasceu para ajudar a desmistificar estas e outras crenças erradas sobre a experiência online, esclarecendo interlocutores mais jovens, mas também todos os que estão à sua volta.



Nas raízes do projeto está uma coluna semanal no suplemento de tecnologia do já desaparecido jornal A Capital. Um ano depois do início da colaboração com o jornal surge o site, que começa por compilar os 52 aí publicados e que progressivamente vai criando uma comunidade de utilizadores, que recebe conteúdos através de uma newsletter. Hoje, a plataforma soma cerca de 300 artigos e perto de 13 mil assinantes, sendo um dos projetos europeus de maior alcance neste domínio. De acordo com uma análise de presença do Facebook, que comparou 160 projetos em 34 países, a iniciativa portuguesa é a 8ª com maior impacto e a 5ª mais falada.



Pelo caminho, os promotores do projeto começaram a participar em ações sobre o tema como oradores / formadores. No ano de estreia fizeram cinco ações e no ano seguinte 25, o número foi crescendo e em 2013 deixaram por fazer cerca de 100 ações.



O interesse no tema, sobretudo por parte de escolas e associações de pais tem aumentado, mas as verbas disponíveis para as poder concretizar tem diminuído.



Para colmatar esta limitação e conseguir dar resposta aos pedidos em espera, os promotores da plataforma lançaram no início desta semana uma campanha de crowdfunding que visa angariar fundos para conseguir levar ao terreno algumas das ações em atraso. Os 2,500 euros pedidos na campanha vão pagar a realização de 10 ações, a que se juntarão outras duas, que os promotores oferecem. Se o valor for excedido o número de ações também poderá aumentar.



Tito de Morais explica que o crowdfunding surgiu como opção porque acredita na máxima de Margaret Mead: "nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e empenhadas pode mudar o mundo". Acrescenta que ao longo dos anos surgiram vários potenciais patrocinadores para o projeto, mas nenhuma destas possíveis parcerias se concretizou realmente. Com a crise económica, garantir verbas extras tornou-se vital para dar seguimento aos pedidos recebidos, seja para ações de formação, workshops ou palestras.



A campanha está disponível na plataforma Massive Mov e espera contributos até 7 de março.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico