Cientista, humanista e também político, Mariano Gago faleceu hoje, em casa, vítima de morte súbita. Com 66 anos de idade a sua carreira foi dedicada à ciência e à investigação mas também às linhas de orientação para a Sociedade da Informação.

Como Ministro da Ciência e Tecnologia, entre 1995 e 2002, no Governo de António Guterres, Mariano Gago ajudou a definir os princípios para o desenvolvimento da Sociedade da Informação e da disseminação da internet e do uso dos computadores nas escolas e entre as famílias, com o estabelecimento de um plano para descontos fiscais na aquisição de equipamentos.

O investimento na ligação das escolas à Internet, a criação de Espaços Internet, o programa Cidades e Regiões Digitais e a criação da Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade são alguns dos programas que liderou durante o seu mandato.

Por ocasião da presidência portuguesa de 2000 da União Europeia, preparou com a Comissão Europeia a estratégia da Europa para Sociedade da Informação (eEurope) e para a Ciência e Tecnologia, conhecida como Estratégia de Lisboa.

Voltaria ao Governo entre 2005 e 2011 onde assumiu a pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nos dois executivos liderados por José Sócrates, onde as TI tiveram um forte papel de dinamização do desenvolvimento económico.

Mariano Gago teve um papel decisivo na canalização de fundos estruturais para a área da Investigação e Desenvolvimento e para a Ciência, contribuindo para a localização em Portugal de projetos em parceria com as universidades norte americanas do MIT e Carnegie Mellon.

José Mariano Rebelo Pires Gago nasceu em Lisboa, a 16 de maio de 1948. Licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico, em 1971, e doutorou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1976. Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École Polytechnique, de 1971 a 1976, e da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, de 1976 a 1978.

Mariano Gago foi também presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e dirigiu o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa. Foi ainda professor catedrático do Instituto Superior Técnico.


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