
Liz Reid, vice presidente de pesquisa da Google, diz que o AI Overviews, ou Vista geral de IA como foi chamada em português, é uma forma mais fácil de dar resposta a perguntas complexas, ajudando as pessoas a encontrar informação relevante, quando ela não existe em apenas um site. "Pela nossa experiência, as pessoas fazem mais pesquisas e ficam mais satisfeitas com os resultados", explicou numa sessão de pré-apresentação da funcionalidade que fica hoje disponível para Portugal.
Na prática, o que a Google está a adicionar é mais uma caixa de informação no motor de busca que tira partido das ferramentas de Inteligência Artificial do Gemini para dar respostas. Só que as ligações para os websites onde habitualmente a resposta podia ser encontrada ficam ainda mais para baixo, tornando mais difícil que os utilizadores cliquem nesses links.
O exemplo utilizado pela Google para a utilização do Vista geral de IA é o da pergunta "posso colocar cerâmica artesanal na máquina de lavar a louça?". A resposta apresenta um resumo da informação recolhida pelo Gemini e em "mostrar mais" indica ainda alguns conselhos, apresentando num bloco lateral "saber mais" links de sites que podem ser úteis para completar a resposta.

"Esta é uma nova geração para a pesquisa, permite transformar a forma como a informação é organizada, fazer novas questões e perceber uma gama de diferentes perspectivas, numa área onde pode não estar familiarizado com o tema", defende. "Pensamos que há uma grande oportunidade com a IA de desbloquear novos tipos de questões e coisas em que nunca pensaria pesquisar".
A ferramenta tinha sido apresentada nos Estados Unidos em 2024 ainda como uma experiência, antes de se tornar mais robusta com a atualização para o Gemini 2.0 no início deste mês. Agora chega a mais países da Europa, entre os quais Portugal, para pesquisas e respostas em várias línguas, incluindo português. Também a Áustria, Bélgica, Alemanha, Irlanda, Itália, Polónia, Espanha e Suíça recebem a nova funcionalidade, embora na Bélgica só funcione em inglês no lançamento.
Para ter a ajuda da IA na pesquisa é preciso ter a sessão iniciada no browser e ter mais de 18 anos, mas a resposta às pesquisas na caixa do motor de busca Google não vão ter sempre resultados da Vista geral de IA. "Avaliamos se é uma questão que deve ser tratada com IA. Se a pessoa procura apenas um URL de um site terá a resposta mais direta", explica a vice presidente de pesquisas da Google.
Veja aqui dois exemplos numa pesquisa sobre o SAPO TEK, com e sem Vista Geral de IA.

A Google tem vindo a adicionar mais camadas informação ao motor de busca, com os snippets, que já apresentam algumas respostas sem obrigar o utilizador a ir a um website. Um dos exemplos é a conversão de medidas, ou de tabelas horárias, mas o AI Overviews vai mais longe, oferecendo uma resposta mais completa e estruturada, o que faz com que os criadores de sites estejam preocupados com o impacto nos cliques gerados pelas pesquisas.
Isso foi, aliás, bem visível mesmo nas perguntas dos jornalistas durante a sessão de apresentação da funcionalidade, com preocupações sobre a orientação do tráfego, e também a possibilidade da Google resumir as notícias numa pesquisa, retirando o interesse de visitar o site ou jornal que a publicou.
Liz Reid diz que ainda é cedo para ter métricas mas mostrou-se optimista sobre a forma como os utilizadores vão fazer pesquisas e a maior interação com o motor de busca.
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