A recente crise de imagem que está a afetar o Facebook, por culpa do caso Cambridge Analytica, tem potencial para impactar fortemente as ambições da plataforma social em várias frentes. Uma delas é a financeira.
Esta semana, a Mozilla anunciou a retirada dos seus anúncios da rede social, comunicando, num post feito no seu blog oficial, que a recente polémica levou a empresa a analisar "em profundidade a política de privacidade do Facebook, uma vez que este também está a ser sustentado com os dólares da publicidade" da organização. "Apesar de acreditarmos que ainda existem muitos pormenores por revelar, descobrimos que as definições de privacidade padrão dão livre acesso a muitos dos dados dos utilizadores - particularmente no que diz respeito a aplicações externas", conclui, justificando assim a sua decisão.
Apesar de a Mozilla ser a primeira grande empresa a tomar medidas desta natureza, muitas outras estão neste momento a considerar seguir o mesmo caminho. De acordo com o The Times, a Sociedade de Publicitários Britânicos (ISBA) abordou a rede social para esclarecer algumas dúvidas relativas ao caso Cambridge Analytica e a publicação apurou que ambas as partes têm já um encontro agendado para esta sexta-feira.
"Assim que nos encontrarmos com o Facebook, vamos querer entender o alcance do inquérito que Mark Zuckerberg anunciou esta quarta-feira", adiantou Phil Smith, diretor geral da ISBA, em declarações ao Independent. "Queremos poder dar garantias aos nossos membros de que este inquérito vai chegar à raiz dos problemas e queremos esclarecê-los acerca das implicações que o processo vai ter para o público e para as empresas que pagam por publicidade". Esta reunião deverá ser de extrema importância para a rede social, uma vez que a organização britânica representa mais de 3.000 marcas, como é o caso das gigantes Unilever e Procter and Gamble, que investem milhões em publicidade digital que é diariamente exibida através deste website.
As acusações que estão a ser endereçadas ao Facebook "levantam questões sobre a possibilidade de os dados recolhidos pelo Facebook estarem a ser utilizados de forma imprópria. A ISBA vai questionar o Facebook sobre potenciais consequências para que as empresas publicitárias possam tomar as medidas apropriadas". Em adição, e segundo o Independent, uma das maiores agências de publicidade do Reino Unido já confirmou que as empresas podem começar a tirar o dinheiro da publicidade do Facebook se a empresa não conseguir reconquistar a confiança dos seus utilizadores no que à segurança dos dados diz respeito.
Quanto à Mozilla, o retorno só se verificará quando "o Facebook implementar medidas de segurança mais rígidas para a partilha de dados dos seus utilizadores".
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