O Napster adiou o relançamento do seu serviço, afirmando que a empresa está a demorar mais algum tempo de forma a "garantir que obtém os melhores acordos possíveis das grandes companhias discográficas antes de reabrir" o sistema de partilha de ficheiros de música em formato digital, tal como se pode ler num comunicado divulgado pela companhia.
Estava previsto que o relançamento do serviço, que tem estado offline desde Julho do ano passado, fosse realizado durante esta Primavera. A companhia não definiu ainda outra data de relançamento, mas o seu director executivo, Konrad Hilbers, afirmou hoje, quarta-feira, à agência Reuters que nos próximos nove meses não seria aberta uma nova versão protectora dos direitos de autor e, por conseguinte, paga do serviço.
A empresa precisa de estabelecer contratos de licenciamento com as principais companhias discográficas - como a Warner Music, Universal Music, Sony Music, EMI e a BMG da alemã Bertelsmann (que é também a maior proprietária do serviço) -
Contudo, estas negociações têm vindo a proceder-se de uma forma lenta, à medida que um processo instaurado pelas cinco grandes majors ao Napster se arrasta nos tribunais dos Estados Unidos.
Na segunda-feira, a juíza Marilyn Hall Pattel decidiu que o Napster terá de permanecer fechado até que possa cumprir totalmente uma sentença judicial que o obriga a remover toda a música protegida por direitos de autor do seu serviço online.
O tribunal obrigou a que o Napster fosse encerrado em Julho passado. No caso de o relançamento ser adiado mais nove meses, o primeiro serviço online de partilha de ficheiros poderá vir a sofrer uma maior concorrência.
Em Dezembro, as cinco grandes companhias discográficas lançaram os seus próprios serviços legítimos, o Pressplay e o MusicNet, com vista a tirar proveito da tendência para a obtenção de músicas em formato digital a partir da Internet e, simultaneamente, a reduzir os níveis de pirataria online.
Já no dia de hoje, a mesma juíza concedeu ao Napster a possibilidade de recolher até ao final do ano documentos das companhias discográficos relativos à formação dessas duas joint ventures, segundo o Wall Street Journal.
A empresa espera que os documentos ajudem a comprovar o seu argumento de que os dois serviços online pagos utilizaram incorrectamente os seus direitos de autor ao imporem condições bastante restritivas na utilização das suas músicas por potenciais parceiros.
A Associação Norte-americana da Indústria Discográfica - RIAA, o grupo industrial que processou o Napster em nome das principais empresas do sector - tinha pedido à juíza Pattel que concedesse à Napster um prazo até Setembro para terminar a sua investigação dos documentos e depoimentos das testemunhas.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos encontra-se também a pesquisar os mesmos serviços de forma a detectar eventuais violações das leis anti-trust. O Napster vai receber entre 600 a 800 mil documentos que esta entidade do governo dos EUA já obteve relativas às duas empresas como parte da sua investigação.
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